O Ceará apresentou, nesta quinta-feira (13), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Ceará (IEGEE-CE). O documento, elaborado pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), reúne dados sobre as emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) no estado entre 2018 e 2023.
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A apresentação ocorreu no espaço Brasil Nordeste, estande do Consórcio Nordeste, e contou com a presença do governador Elmano de Freitas, da secretária do Meio Ambiente Vilma Freire e do secretário-executivo do ICLEI, Rodrigo Perpétuo.
🌱 Planejamento climático com base em evidências
O inventário atende às diretrizes da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (Lei nº 16.146/2016) e aos compromissos internacionais do Ceará, como a Race to Zero e a Under2 Coalition, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
O estudo utilizou o Protocolo Global para Inventários de Emissões na Escala da Comunidade (GPC), metodologia reconhecida mundialmente que assegura comparabilidade, transparência e consistência dos dados, alinhando o Ceará às melhores práticas internacionais em gestão climática.

“Os dados sobre as emissões no Ceará servirão como base para o aprimoramento das políticas públicas voltadas à mitigação das mudanças climáticas, reforçando o compromisso do Estado com a sustentabilidade e a transição para uma economia de baixo carbono”, destacou Elmano de Freitas.
A secretária Vilma Freire ressaltou que o inventário é “um guia sólido para a formulação de políticas públicas e para o engajamento de toda a sociedade cearense nesta missão coletiva de preservar o planeta”.
🌍 Etapas futuras e desafios
A conclusão do inventário marca um ponto de partida para novas ações climáticas no Ceará. O relatório orienta a criação e o fortalecimento de políticas públicas, o monitoramento de metas, a transparência dos dados e o fortalecimento institucional.
Segundo Rodrigo Perpétuo, do ICLEI, o documento é essencial diante das vulnerabilidades do semiárido nordestino.
“Ele orienta não apenas a redução das emissões, mas também a transição energética, a valorização da Caatinga e o fortalecimento de práticas agrícolas de baixo carbono”, afirmou.
📊 Principais resultados do inventário
Entre 2018 e 2023, as emissões líquidas totais do Ceará cresceram 24,11%, passando de 28,17 milhões de toneladas de CO₂ equivalente (MtCO₂e) em 2018 para 34,96 MtCO₂e em 2023.
Confira os setores que mais contribuíram para o aumento das emissões:
🌾 Agricultura, Florestas e Uso do Solo (AFOLU): maior fonte de emissões em 2023, com alta de 166% devido ao desmatamento e à pecuária.
🏭 Processos Industriais e Uso de Produtos (IPPU): segunda maior fonte, com 13,3% de crescimento, impulsionada pela produção de aço e cimento.
🚗 Transportes: aumento de 8,2%, principalmente no modal rodoviário e no uso de combustíveis fósseis.
⚡ Energia Estacionária: queda expressiva de 72,5%, embora ainda dependa de combustíveis fósseis.
🗑️ Resíduos: aumento de 18,6%, com destaque para unidades de disposição final e incineração.
🌿 Recomendações e oportunidades de ação
O documento aponta uma série de medidas prioritárias para reduzir as emissões e fortalecer a resiliência climática do Ceará:
• Incentivar o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas;
• Ampliar a geração de energia renovável;
• Reduzir a dependência de combustíveis fósseis;
• Promover modais de transporte mais limpos e eficientes;
• Estimular a eficiência energética industrial;
• Expandir a coleta seletiva e a reciclagem;
• Universalizar o saneamento básico.
Por Nágela Cosme










