Uma das novelas mais marcantes da teledramaturgia brasileira, “Rainha da Sucata”, escrita por Silvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando, voltará ao ar no dia 3 de novembro, no “Vale a Pena Ver de Novo”, da TV Globo. Exibida originalmente em 1990, a trama retorna à programação justamente no ano em que a emissora celebra seu 60º aniversário.
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Ambientada em São Paulo, a história mergulha no universo dos novos-ricos e da elite paulista decadente, explorando o contraste entre Maria do Carmo, vivida por Regina Duarte, e a sofisticada, porém falida, Laurinha Figueroa, interpretada por Glória Menezes.
De ferro-velho ao luxo dos Jardins
Na zona norte da capital paulista, Maria do Carmo enriquece com o negócio do pai, o sucateiro Onofre (Lima Duarte), e se transforma em uma empresária bem-sucedida. Mesmo após a ascensão financeira, mantém hábitos simples e sonha em conquistar o respeito da alta sociedade.
Seu destino muda quando reencontra Edu (Tony Ramos), o ex-colega de escola que a humilhava e agora amarga a falência junto à tradicional família Albuquerque Figueroa. Determinada a se vingar e a entrar para a elite, Maria propõe um casamento de conveniência: ela oferece o dinheiro, e ele, o nome da família. Assim, a “sucateira” passa a morar no casarão dos Figueroa, nos Jardins, um dos bairros mais nobres da cidade.
Mas o sonho de ascensão se transforma em tormento. Na mansão, Maria enfrenta o desprezo e as intrigas da madrasta de Edu, Laurinha Figueroa, uma mulher elegante, ardilosa e movida por uma paixão secreta e proibida pelo enteado.
Intrigas, reviravoltas e poder feminino
Casada com Betinho (Paulo Gracindo), Laurinha faz de tudo para destruir o casamento de Maria e Edu e arruinar a vida da nova integrante da família. Enquanto lida com as humilhações domésticas, Maria do Carmo ainda sofre golpes financeiros de seu administrador, Renato Maia (Daniel Filho), um homem em quem confiava cegamente.
Com uma personalidade forte e espírito de superação, Maria enfrenta os desafios com garra, tornando-se uma símbolo da mulher batalhadora da TV brasileira.
Duas protagonistas marcantes da teledramaturgia
“Rainha da Sucata” é lembrada por contrapor duas figuras femininas emblemáticas — a popular e determinada Maria do Carmo e a sofisticada e venenosa Laurinha Figueroa. A rivalidade entre as personagens se tornou um marco da televisão brasileira.
O elenco estelar inclui nomes como Aracy Balabanian, Nicette Bruno, Antônio Fagundes, Raul Cortez, Claudia Raia, Renata Sorrah, Andrea Beltrão, Marisa Orth, Patrícia Pillar, Daniel Filho, entre outros.
Moda, cultura e trilha sonora inesquecível
Além do sucesso de audiência, a novela marcou a cultura popular dos anos 90. As roupas chamativas de Maria do Carmo lançaram tendências, com destaque para os chapéus, laços de cabelo e bolsas de corrente.
Um dos símbolos da personagem era a mesa de escritório feita com a frente de um Chevrolet 1958, que refletia suas origens humildes e seu espírito empreendedor.
A abertura da novela também se tornou icônica: ao som de “Me Chama que Eu Vou”, de Sidney Magal, uma boneca feita de sucata dançava lambada com dançarinos reais. A música virou um hit nacional e ajudou a popularizar o ritmo no país.
Uma obra que marcou gerações
Escrita por Silvio de Abreu, com colaboração de Alcides Nogueira e José Antonio de Souza, e direção de Jorge Fernando e Jodele Larcher, “Rainha da Sucata” foi uma das maiores audiências da Globo na década de 1990 e segue lembrada por misturar drama, humor e crítica social.
Mais de três décadas depois, o retorno da trama promete emocionar antigos fãs e conquistar novas gerações, relembrando uma época em que a TV brasileira fazia história todas as noites.
Por Bruno Rakowsky







