Mesmo após meses de preparação, muitos estudantes ainda perdem preciosos pontos na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por falhas simples de atenção — como deslizes ortográficos ou o uso de citações genéricas, conhecidas como “repertórios de bolso”.
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Professores especializados em escrita consultados pelo Revista Cariri apontam que, em muitos casos, a nota cai não pela falta de conhecimento, mas por detalhes que poderiam ser evitados com treino e revisão.
✏️ Cópia de trechos da proposta
Um dos erros mais frequentes é reproduzir partes da proposta de redação no texto. De acordo com a professora Diana Nunes, esse tipo de prática anula a originalidade do candidato e prejudica a avaliação.
“O corretor precisa perceber que o estudante compreendeu o tema e sabe desenvolver seus próprios argumentos, não apenas repetir o que já foi apresentado na prova”, explica a docente.
Além disso, as linhas copiadas da proposta não são contabilizadas no total exigido pelo Enem, o que pode gerar desclassificação por não atingir o mínimo de linhas.
A orientação é clara: é melhor investir tempo na compreensão do tema e na formulação de uma tese bem estruturada do que repetir trechos prontos.
🧩 Não usar todas as palavras-chave do tema
O professor Hudson Albuquerque lembra que muitos candidatos esquecem de retomar as palavras-chave da proposta ou substituí-las por sinônimos ao longo do texto. Isso, segundo ele, limita o desenvolvimento da ideia central e pode causar penalizações graves.
“Quando o tema pede, por exemplo, uma reflexão sobre os desafios da valorização da herança africana no Brasil, o aluno não pode se limitar a falar apenas sobre cultura. É preciso abordar também os desafios — caso contrário, o texto pode ser considerado tangencial ou até mesmo fora do tema”, alerta o educador.
📚 Falta de revisão cuidadosa
Outro ponto recorrente é a ausência de revisão detalhada antes de entregar o texto. Pequenos erros de ortografia, concordância ou pontuação comprometem o desempenho na Competência 1 da redação.
“Além disso, muitos alunos repetem os mesmos conectivos, o que empobrece a construção textual. É comum ver um excesso de ‘além disso’, ‘como’, ‘e’ ou ‘se’”, observa Diana.
Uma leitura final atenta ajuda a identificar repetições desnecessárias, aprimorar a coesão e garantir uma pontuação mais alta.
💬 Uso de “repertórios de bolso”
Citações decoradas e fora de contexto — os chamados “repertórios de bolso” — são outro erro bastante frequente.
O Inep, inclusive, destacou esse problema na Cartilha de Redação do Enem 2025, alertando que referências genéricas prejudicam a Competência 2, que avalia a capacidade do candidato de relacionar repertório ao tema proposto.
“É muito mais eficaz utilizar exemplos realmente compreendidos e integrados ao raciocínio do texto. O avaliador reconhece quando o repertório foi inserido apenas por obrigação”, explica Albuquerque.
🧠 Conclusão incompleta
O encerramento do texto também é motivo de perda de pontos. O Enem exige que a proposta de intervenção contenha cinco elementos: ação, agente, modo, efeito e detalhamento.
“Muitos alunos se esquecem de algum desses pontos e acabam perdendo parte da nota da Competência 5”, explica Nunes.
Uma dica prática é responder a cinco perguntas na conclusão:
• Qual problema está sendo enfrentado?
• O que pode ser feito para solucioná-lo?
• Quem deve executar a ação?
• Como isso pode ser colocado em prática?
• Que resultados se espera alcançar?
📅 Cronograma do Enem 2025
• Inscrições: 26 de maio a 13 de junho
• Pagamento da taxa: até 18 de junho
• Atendimento especializado e nome social: até 13 de junho
• Resultado do atendimento: 20 de junho
• Prazo para recurso: 23 a 27 de junho
• Resultado do recurso: 4 de julho
• Provas: 9 e 16 de novembro de 2025
• Provas em Belém, Ananindeua e Marituba (PA): 30 de novembro e 7 de dezembro
Por Aline Dantas
