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Pra tão grande amor – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

17 de janeiro de 2020
Pra tão grande amor – Por J. Flávio Vieira

Helen Spitzer e David Wisnia, 72 anos após Auschwitz (Foto: New York Times/Reprodução)

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A história, recentemente publicada no New York Times, é destas dignas de um roteiro hollywoodiano. Uma saga que bafeja de luz e esperança os obscuros tempos que se consubstanciaram no domínio humano no planeta . Parece tudo uma reedição de uma das lendas de criação do universo à maneira de Adão & Eva.

David Wisnia e Helen Spitzer eram judeus e, presos, encontraram-se no Campo de Extermínio Auschwitz, a azeitada indústria de morte instalada pelos alemães, no interior da Polônia, durante a II Guerra Mundial. Ali, estima-se, mais um milhão de pessoas foram eliminados num dos maiores açougueiros da humanidade. David, de 17 anos, conseguira algum privilégio no campo, pois era um cantor de grande qualidade e fez-se animador das festas e confraternizações do Exército . Helen, 25, também gozava de prestígio extra pois era designer gráfica e ficou responsável pelos fardamentos das tropas. Em meio à tragédia e o espectro de morte que os cercava, começaram a namorar. Encontravam-se, semanalmente, nos celeiros, atrás dos fornos crematórios e pagavam com comida a algumas pessoas para pastorarem os guardas e os protegerem nas escapadelas. Helen tinha acesso a documentos que circulavam, orientando transferências de presos para outros campos. David, imaginava, que sua amada, de alguma maneira o protegia. Juraram, depois da guerra, encontrar-se em um local determinado em Varsóvia. No fim do conflito, já separados, os soldados os obrigaram a fazer a famosa Marcha da Morte: andarem sem destino, no gelo, até à exaustão e óbito. Conseguiram, cada um do seu lado, fugir: David unindo-se ao exército americano e indo morar nos EUA, na casa de uma tia e Helen envolvendo-se com trabalhos humanitários na Polônia. O encontro final e previsto em Varsóvia , espargidos os dois pelo destino, nunca aconteceu. Ambos casaram-se, na sequência natural de suas vidas. Mesmo de longe, em contato com sobreviventes, David sabia que Helen, também, havia escapado, milagrosamente, das garras implacáveis de Auschwitz . E, numa quebrada de asas do destino, terminara por fixar-se também nos EUA.

O encontro de Varsóvia aconteceria, nos Estados Unidos, só 72 anos depois da data prevista. Velhinhos, alquebrados pelas vicissitudes da existência, David aproximou-se da cama onde Helen estava acamada há já alguns anos, cega e com dificuldades na audição. Ao ouvir as palavras de David, no entanto, uma aura de vida espalhou-se pelo corpo e fez-lhe quase sentar. David tinha uma pergunta que ficara guardada na garganta por três quartéis de século. Helen tinha usado a sua influência no campo para salvá-lo? Ela , simplesmente, elevou a mão e mostrou os cinco dedos indicando quantas vezes o tinha livrado do forno alemão. Baixinho sussurrou:

— Eu te esperei em Varsóvia e sempre, sempre, te amei…

Aquela certeza cortando os céus como uma estrela candente : ante à correnteza da maior dor, do luto, do tormento, da carnificina, sobrenada, sempre, um pouco de luz, lampejos e sementes de esperança. David cantou-lhe uma música húngara que ela havia lhe ensinado em Auschwitz. Helen morreu no ano passado aos 100 anos. Os ecos daquela última canção devem a ter ninado no seu último sono. David, hoje aos 93, ainda tenta entender como o barco do amor pôde resistir incólume a tantas tempestades e, um dia, chegar ao porto sonhado… Mastro já roto, velas esfrangalhadas, timão despedaçado e a triste enseada vazia… Como o Jacó camoniano deve ter imaginado :

— E mais esperaria, “Se não fora pra tão grande amor, tão curta a vida…”

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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