A chamada “síndrome do coração partido” pode até soar como expressão de sofrimento amoroso, mas trata-se de uma condição médica real que exige atenção. O distúrbio, provocado por estresse físico ou emocional intenso, causa alterações no coração e apresenta sintomas semelhantes aos de um infarto, o que costuma assustar os pacientes. A explicação é de Luma Campos Mori, coordenadora de Enfermagem do setor de hemodinâmica do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ).
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Segundo especialistas, a doença não é tão comum quanto as doenças coronarianas tradicionais, mas merece preocupação porque surge de forma súbita e pode provocar complicações se não houver acompanhamento médico.
⚠️ Sintomas confundem com infarto
Os principais sinais da síndrome incluem:
• Dor intensa no peito
• Falta de ar
• Taquicardia
• Sudorese
• Alterações no eletrocardiograma (ECG)
“É muito semelhante ao infarto: tanto que os pacientes chegam ao serviço relatando que acham que estão infartando, pois a dor é bem semelhante”, afirma Luma Mori. No entanto, ela explica que não há obstrução das artérias coronárias, característica comum nos quadros de infarto. “É uma doença desencadeada por estresse físico ou emocional, diagnosticada principalmente por exames de imagem, como o cateterismo”, completa.
💔 Por que o nome “coração partido”?
O apelido curioso tem relação com o formato anormal que o ventrículo esquerdo do coração assume durante a síndrome: ele fica dilatado na ponta e estreito na base. A condição foi descrita pela primeira vez no Japão nos anos 1990 e recebeu o nome de síndrome de Takotsubo.
“Takotsubo” significa “armadilha para polvo” em japonês, porque o formato do ventrículo afetado lembra justamente o recipiente usado por pescadores.
✅ Tem tratamento e cura
Apesar do susto que provoca, a síndrome geralmente tem bom prognóstico quando identificada rapidamente. O tratamento é feito com medicação e acompanhamento cardiológico.
“Quando fazemos o cateterismo, conseguimos ver claramente o coração com formato alterado. Com o tratamento adequado, o paciente tende a se recuperar”, diz Luma.
💡 Quem está mais vulnerável?
Embora possa atingir qualquer pessoa, a síndrome ocorre com mais frequência em:
• Mulheres acima de 50 anos
• Pessoas sob forte estresse emocional
• Pacientes que sofreram traumas recentes
• Quem enfrenta ansiedade intensa ou luto
🛡️ Como prevenir a síndrome do coração partido?
Como a síndrome está diretamente relacionada ao estresse, as recomendações médicas incluem mudanças no estilo de vida:
✔️ Praticar atividade física regular
✔️ Manter alimentação saudável
✔️ Evitar consumo excessivo de álcool e cigarro
✔️ Controlar ansiedade e buscar equilíbrio emocional
✔️ Investir em horas adequadas de sono
✔️ Buscar apoio psicológico em períodos de crise
“É uma doença que pode ser evitada com hábitos simples voltados para a saúde emocional e mental”, conclui Luma.
Por Bruno Rakowsky










