Nesta sexta-feira (19), foi apresentada a Diretriz Brasileira Baseada em Evidências de 2025 para o Manejo da Obesidade e Prevenção de Doenças Cardiovasculares e Complicações Associadas à Obesidade. O documento, elaborado por cinco entidades médicas nacionais, determina que todos os pacientes adultos com sobrepeso ou obesidade devem passar por avaliação e categorização de risco cardiovascular.
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A iniciativa reúne a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Academia Brasileira do Sono (ABS).
Avaliação pelo escore Prevent
A diretriz orienta que pacientes adultos, entre 30 e 79 anos, com sobrepeso ou obesidade e sem histórico de doença cardiovascular, sejam avaliados com o escore Prevent — ferramenta que estima o risco de infarto, AVC e insuficiência cardíaca nos dez anos seguintes.
O risco cardiovascular deve ser categorizado em três níveis:
• Baixo risco: pessoas com sobrepeso ou obesidade, IMC menor que 40 e idade inferior a 30 anos, sem fatores de risco cardiovascular; ou indivíduos acima de 30 anos cujo escore Prevent aponte risco inferior a 5% em 10 anos.
• Risco moderado: pessoas com IMC menor que 40, sem eventos cardiovasculares prévios, mas com um ou mais fatores de risco; ou com escore Prevent entre 5% e 20% em dez anos.
• Alto risco: pessoas com doença coronariana crônica, infarto, AVC isquêmico, acidente isquêmico transitório, doença arterial obstrutiva periférica, histórico de revascularização, diabetes tipo 2 com mais de 10 anos, doença renal crônica grau 3b ou escore de cálcio coronário elevado; além de indivíduos em prevenção primária com escore Prevent igual ou superior a 20% em dez anos.
Risco específico para insuficiência cardíaca
O documento também inclui uma categoria de alto risco para insuficiência cardíaca, que abrange:
• Pessoas com IMC acima de 40, mesmo assintomáticas.
• Indivíduos com obesidade associada a diabetes e hipertensão.
• Pacientes com apneia obstrutiva do sono grave.
• Pessoas com fibrilação atrial ou doença renal crônica grau 3b.
• Indivíduos com risco de insuficiência cardíaca calculado pelo escore Prevent igual ou superior a 20% para dez anos.
• Pacientes com doença aterosclerótica cardiovascular estabelecida ou sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca.
💉 Papel das “canetas emagrecedoras”
A diretriz destaca ainda a relevância de medicamentos como a liraglutida e a semaglutida, conhecidos como agonistas GLP-1 ou “canetas emagrecedoras”.
• A liraglutida é recomendada para pacientes com sobrepeso ou obesidade em risco cardiovascular moderado ou alto, com o objetivo de perda de peso e redução de riscos cardíacos.
• Já a semaglutida pode ser indicada a pessoas com IMC a partir de 27, sem diabetes, mas com doença cardiovascular estabelecida, para reduzir mortes, infartos e AVCs.
Recomendações adicionais
O documento também recomenda a perda de peso como parte do tratamento em diferentes situações, como:
• Pacientes com obesidade e apneia obstrutiva do sono moderada a grave, visando melhora ou remissão da condição.
• Pessoas com obesidade e insuficiência cardíaca estabelecida, com objetivo de aumentar a qualidade de vida, melhorar a função cardíaca e ampliar a capacidade de exercício físico.
Por Fernando Átila










