O governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou nesta sexta-feira (22) R$ 200 milhões em novos investimentos em ciência, tecnologia e inovação no estado. A cerimônia, realizada no Palácio da Abolição, em Fortaleza, contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro.
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Segundo Elmano, os aportes representam um marco para o futuro da economia cearense: “Nós sabemos que é a inovação que permite ter perspectiva de futuro. E isso só acontece se houver investimento em educação, ensino superior, pesquisa, ciência e tecnologia. Esses investimentos são para garantir pesquisas e apoiar empresas cearenses que estão desenvolvendo tecnologia aqui no estado, fundamentais para o nosso desenvolvimento econômico”, afirmou.
Estrutura dos investimentos
Do total anunciado, R$ 128 milhões serão aplicados em projetos de transição energética, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A iniciativa terá ainda contrapartida de R$ 68 milhões da empresa beneficiada.
Outros R$ 70 milhões serão investidos em capacitação em Inteligência Artificial (IA), por meio da Lei de TICs, em parceria com a Softex. A meta é formar milhares de profissionais em áreas estratégicas da tecnologia da informação.
Para a secretária Sandra Monteiro, o anúncio reforça a força da cooperação entre os governos estadual e federal: “Celebramos os novos anúncios, mas também a parceria histórica entre o Ceará e o MCTI. É uma agenda de conquistas e de oportunidades, que chega no mesmo ano em que o ministério completa 40 anos”, disse.
O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, destacou que investir em pesquisa traz retornos concretos: “Ciência não é despesa, é investimento. O presidente Lula já deixou claro que não haverá contingenciamento de recursos. O que vemos aqui é ciência para transformar o Ceará e o Brasil”, ressaltou.
Parcerias e novos projetos
Durante o evento, foi assinado um acordo entre o MCTI e a Casa dos Ventos para financiar estudos de engenharia que viabilizarão a futura usina de hidrogênio e amônia verde no Pecém. O projeto prevê a produção de até 900 mil toneladas de amônia verde por ano, voltadas à exportação e uso como combustível marítimo.
“O Ceará já aposta há anos em energia renovável e se tornou referência na produção de energia eólica. Essa parceria é mais um passo para consolidar o estado como polo de energia limpa e inovação”, destacou Elmano de Freitas.
Caravana da Ciência no Ceará
O anúncio integrou a Caravana da Ciência, promovida pelo MCTI. O Ceará foi o quinto estado a receber o evento, que reforça o papel estratégico da região nas políticas nacionais de ciência, tecnologia e inovação.
A ministra Luciana Santos ressaltou o impacto social das iniciativas: “Estamos investindo em inclusão digital, em formação e capacitação voltadas para a realidade do público. Isso inclui meninas, mulheres e comunidades indígenas, que também precisam ser protagonistas nesse processo de transformação”, afirmou.
Investimentos já realizados no estado
Nos últimos dois anos e meio, o Ceará recebeu mais de R$ 1,3 bilhão em investimentos do MCTI, consolidando-se como um dos principais parceiros do governo federal no setor.
Entre os destaques:
• R$ 705 milhões da Finep/MCTI para 131 projetos de inovação;
• R$ 88,5 milhões para o projeto P90, da J. Macêdo, voltado à modernização da produção;
• R$ 86,3 milhões e R$ 78 milhões para dois projetos da M. Dias Branco;
• R$ 30,5 milhões para a BrisaNet expandir sua rede de 5G;
• R$ 288 mil para aquisição de 43 kits tecnológicos distribuídos a escolas indígenas, incluindo a Escola Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz.
Além disso, programas como a Rede Pop Ciência (R$ 10 milhões) e o Mais Ciência na Escola (R$ 15 milhões até 2026) estão fortalecendo o ensino científico em escolas e feiras regionais.
A Lei de TICs já mobilizou R$ 375 milhões em P&D no Ceará, com 17 instituições de ciência e tecnologia e quatro empresas incentivadas. Somente os projetos de Residência em TICs receberam R$ 182 milhões, com foco em áreas como computação em nuvem, cibersegurança, IoT, robótica e inteligência artificial.
Esses recursos se somam aos R$ 70 milhões recém-anunciados para capacitação em IA, dentro do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê R$ 23 bilhões até 2028 em todo o país.
Por Aline Dantas
