A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação a autoridades no curso da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado. O indiciamento consta de relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e atinge ainda o pastor Silas Malafaia, alvo de mandado de busca e apreensão e de retenção de passaporte.
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Segundo os investigadores, Jair Bolsonaro teria mantido intensa atividade na produção e disseminação de conteúdos nas redes sociais, em descumprimento de medida cautelar imposta pela Justiça. A análise foi possível após a restauração de dados em backup.
Mensagens e vídeos
No relatório, a PF descreve que, em 25 de julho de 2025, menos de uma hora após ativar um novo celular, Bolsonaro recebeu mensagens de Silas Malafaia com instruções para disparar vídeos em suas redes:
“ATENÇÃO! Dispara esse vídeo às 12h”
“Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!”
Quanto a Eduardo Bolsonaro, o documento destaca que o deputado passou a publicar conteúdos em inglês, com o objetivo de alcançar o público internacional e, segundo a PF, “interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2668/DF e coagir autoridades públicas brasileiras”.
Malafaia na mira
O pastor Silas Malafaia retornou ao Brasil nesta quarta-feira, vindo de Lisboa, e foi recebido no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por agentes da PF, que o conduziram para depoimento. Durante o cumprimento do mandado de busca pessoal, foram apreendidos seu celular e outros materiais.
Além disso, a perícia em dispositivos de Jair Bolsonaro recuperou áudios e mensagens apagadas que, segundo o relatório, reforçam tentativas de articulação para intimidar autoridades e atrapalhar investigações relacionadas à trama golpista.
Discussão sobre asilo político
O relatório também menciona conversas em que Bolsonaro teria discutido com aliados a possibilidade de solicitar asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Histórico da apuração
O inquérito foi aberto em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que já havia apontado a atuação de Eduardo Bolsonaro em busca de sanções contra ministros do STF junto ao governo dos Estados Unidos.
O caso levou à inclusão de Jair Bolsonaro como investigado, mesmo já estando em prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a investigação por mais 60 dias, alegando a necessidade de novas diligências.
Por Bruno Rakowsky










