O consumo de conteúdos por meio de serviços de streaming tem crescido significativamente no Ceará, refletindo mudanças nos hábitos de entretenimento da população. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 28,4% dos lares com televisão no Estado assinam alguma plataforma de vídeo sob demanda, como Netflix, Prime Video ou HBO Max. Isso representa 876 mil residências, de um total de 3,1 milhões com aparelhos televisores.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Em 2023, esse número era de 835 mil domicílios, o que indica um crescimento de cerca de 5% em um ano. A participação dos streamings no universo das casas com TV também subiu, passando de 27,8% para 28,4%.
🎬 Streaming presente até onde não há TV aberta ou fechada
Um dado que chama a atenção é o avanço das plataformas até mesmo em residências que não têm acesso a canais abertos ou fechados. Cerca de 78 mil domicílios sem qualquer ligação à televisão tradicional aderiram ao streaming como principal forma de entretenimento audiovisual.
Já entre os lares que ainda mantêm o acesso à TV aberta ou por assinatura, 797 mil também contratam streamings, mostrando que o público tem diversificado os meios de consumo de conteúdo.
📉 TV por assinatura perde espaço
Enquanto o streaming avança, a TV por assinatura continua perdendo espaço. Em 2024, apenas 319 mil residências cearenses mantêm esse serviço, o que representa 10,3% dos lares com TV — mesmo percentual de 2023. A queda é significativa quando se considera que, em 2016, 489 mil famílias possuíam canais pagos, marcando um recuo de 34% em oito anos.
💰 Renda influencia acesso à TV paga
O estudo ainda mostra que o rendimento médio mensal das famílias com canais fechados é de R$ 2.628, enquanto aquelas sem o serviço vivem com uma renda média de R$ 1.107. A desigualdade econômica aparece como fator determinante no tipo de serviço de entretenimento disponível em casa.
📉 Por que a TV paga está em baixa?
Segundo o IBGE, os motivos para o desinteresse pelos canais pagos são:
❌ 59,8% não têm interesse;
💸 34% consideram caro;
🌍 0,6% vivem em locais sem disponibilidade;
🤷♂️ 5,4% apontaram outros motivos.
🧠 O que significa esse crescimento
Para o sociólogo e pesquisador de mídia Carlos Pinho, o crescimento do streaming está ligado à praticidade e à personalização do conteúdo.
“O streaming atende ao desejo de autonomia do usuário. Ele escolhe o que assistir, a hora e o dispositivo. Com os preços cada vez mais acessíveis e planos compartilháveis, o modelo se popularizou até em regiões de menor renda”, afirma ao Revista Cariri.
Pinho também destaca o impacto da internet móvel nesse cenário: “Hoje, muitas famílias preferem um pacote de dados com acesso às plataformas do que pagar por uma grade fechada de programação que nem sempre agrada a todos.”
🔎 Tendência irreversível
A combinação de tecnologia acessível, variedade de conteúdo e flexibilidade de consumo vem consolidando o streaming como o principal modelo de entretenimento doméstico entre os cearenses. E a tendência, segundo especialistas, é que a TV por assinatura continue em queda, enquanto o mercado digital se reinventa e cresce em escala acelerada.
Por Nágela Cosme










