A Polícia Civil, cumpre nesta quinta-feira (9), mandados de prisão e busca e apreensão em uma investigação sobre a morte do prefeito da cidade Granjeiro, na Região Centro-Sul do estado, João Gregório Neto, conhecido como “João do Povo”. Durante a ação, um veículo foi apreendido pelos agentes de segurança. Inicialmente, houve a informação sobre uma pessoa presa durante a ação, porém, o delegado que investiga o caso afirmou que, até as 9h20, nenhuma prisão havia sido realizada.
Os mandados estão sendo cumpridos nos estados do Ceará e de Pernambuco. A operação desta manhã foi deflagrada contra suspeitos de participação na morte do prefeito da cidade, assassinado no dia 24 de dezembro. João do Povo foi morto a tiros enquanto caminhava próximo à parede do Açude Junco.
Segundo a polícia, os materiais apreendidos pela policia estão sendo levados para a Delegacia Regional de Crato. A polícia conseguiu apreender o veículo que os suspeitos utilizaram para fornecer suporte ao crime.
Tiros pelas costas
A polícia apurou com moradores na época do crime que um veículo foi visto se aproximando do gestor municipal. Logo depois, foram ouvidos pelo menos três disparos. A vítima foi atingida pelas costas. Moradores tentaram socorrer o prefeito, mas quando chegaram ao local ele já estava morto.
João do Povo foi velado no dia 24 de dezembro e enterrado um dia depois na cidade de Várzea Alegre, interior do Ceará. À época do crime, o irmão do prefeito, Cícero Gregório, disse que a morte do gestor foi motivada por “briga política”.
“Acho que sim, coisa de política. Todo negócio dele era direito. Não tinha rixa com ninguém. Nunca brigou com ninguém. Isso aí só se for coisa de política”, afirmou.
Alvo de operação
João Gregório foi alvo de uma ação da Polícia Federal há pouco mais de um ano. Ele era suspeito de movimentar cerca de R$ 26 milhões na conta de um parente beneficiário de aposentadoria rural, num período de dois anos, segundo investigações da Operação Bricolagem, relativas a fraudes em licitações para construção de escolas. O valor dos contratos fraudados somava cerca de R$ 5 milhões. Um dos mandados foi cumprido em sua casa, onde foram encontrados R$ 213 mil em espécie, guardados em caixas de sapato.
O valor movimentado na conta do parente foi quase R$ 10 milhões a mais que o orçamento de todo o município de Granjeiro, cidade com 4,5 mil habitantes. Em 2017, o orçamento municipal anual foi de R$ 17 milhões, conforme a Prefeitura Municipal de Granjeiro.
Em nota divulgada no dia 24 de dezembro, o advogado de João Gregório, Igor Cesar Rodrigues, afirmou que o prefeito era “vítima de perseguições políticas” e de “falsas acusações de fraude, que vinham sendo alvo de investigações, sem oferecimento de qualquer denúncia até então”.
O advogado pediu que as autoridades “possam apresentar com celeridade resposta justa e eficaz na solução do caso”, com a punição dos suspeito “que ignorou qualquer sentimento natalino”.
A defesa informou ainda que o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife, negou a prisão e o afastamento do prefeito em duas ocasiões, apesar dos requerimentos da delegada federal que conduz as investigações.
Fonte: G1 CE