Durante a abertura da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics, neste sábado (5), no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a construção de uma “reglobalização sustentável”, com foco no desenvolvimento social, econômico e ambiental. Segundo ele, o mundo precisa de uma nova forma de globalização, diferente daquela guiada exclusivamente por interesses financeiros.
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“É uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento da humanidade como um todo”, afirmou Haddad.
O ministro também reiterou o apoio do Brasil à criação de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária, uma proposta que busca instituir um sistema fiscal global mais justo.
“É um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo e eficaz — condição essencial para que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos”, disse.
🌐 Brics e o peso dos emergentes
Haddad destacou que o próprio Brics, bloco que reúne 11 países permanentes e diversos parceiros, nasceu da reivindicação por mais protagonismo no sistema financeiro internacional. Os membros do grupo somam quase metade da população mundial e representam 39% da economia global.
“Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização”, declarou.
O ministro relembrou que, durante a presidência brasileira no G20, o país lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e defendeu a tributação progressiva de grandes fortunas.
“Desde então, ficou evidente que a defesa do multilateralismo é mais urgente do que nunca. Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo”, afirmou.
🍃 Transição ecológica e fundo para florestas
Haddad também apontou a crise climática como um desafio coletivo e destacou iniciativas do Brics para acelerar a transformação ecológica. Entre elas, está a proposta de criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que visa financiar economias de baixo carbono com apoio dos países mais ricos.
“Conversamos muito sobre o Tropical Forest Forever Facility. Estou convencido de que o Brics pode ter um papel decisivo em sua criação”, disse. Ele sugeriu um anúncio de impacto durante a COP30, que será realizada no Brasil, em 2025.
O objetivo, segundo o ministro, é transformar o Brics em um porto seguro de estabilidade e cooperação em meio à instabilidade global.
“Serenidade e ambição são as marcas da nossa presidência”, concluiu.
🤝 O novo Brics
A 17ª Cúpula do Brics acontece nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, sob presidência brasileira. O bloco agora é composto por 11 países membros permanentes — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia — e tem outros 10 países parceiros.
Juntos, os países do Brics representam:
• 39% da economia mundial
• 48,5% da população global
• 23% do comércio internacional
Em 2024, 36% das exportações brasileiras foram destinadas a países do bloco, que também forneceram 34% das importações feitas pelo Brasil.
Por Aline Dantas










