Um estudo realizado no Reino Unido indicou que a exenatida, medicamento da mesma classe do Ozempic, não traz benefícios para o tratamento da doença de Parkinson nem desacelera sua progressão. A pesquisa acompanhou pacientes por dois anos e foi publicada na revista The Lancet na última terça-feira (4).
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A exenatida é um fármaco originalmente desenvolvido para o tratamento do diabetes tipo 2, fabricado pela AstraZeneca e comercializado sob a marca Byetta. Ele pertence à classe dos agonistas do GLP-1, a mesma dos medicamentos Wegovy e Ozempic, conhecidos por seu impacto na perda de peso e no tratamento de outras condições metabólicas.
Diante do sucesso dos GLP-1 no controle da glicose e na redução de peso, os cientistas esperavam que esses medicamentos também pudessem ser eficazes no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. No entanto, os resultados do estudo frustraram essa expectativa e podem ter implicações para futuras pesquisas sobre o uso desses fármacos no combate a doenças cerebrais.

Pesquisa testou medicamento semelhante ao Ozempic em pacientes com Parkinson
O ensaio clínico envolveu 194 pessoas diagnosticadas com a doença de Parkinson, atendidas em seis hospitais de pesquisa no Reino Unido. Os participantes foram divididos aleatoriamente para receber injeções semanais de exenatida ou placebo durante 96 semanas.
O estudo foi financiado pelo National Institute for Health and Care Research do Reino Unido, com apoio adicional da instituição de caridade Cure Parkinson’s e do Van Andel Institute.
Embora a exenatida seja eficaz na redução dos níveis de açúcar no sangue, ela não demonstrou efeito significativo sobre o avanço do Parkinson. Além disso, especialistas afirmam que não há motivos para acreditar que versões mais modernas dos GLP-1, como o Ozempic, teriam resultados diferentes no tratamento de doenças cerebrais.
O Dr. David Standaert, especialista em Parkinson da Universidade do Alabama em Birmingham, afirmou ao New York Times que o principal desafio na pesquisa é entender exatamente como os agonistas do GLP-1 deveriam agir no cérebro. Apesar disso, os cientistas estavam otimistas quanto à possibilidade de que esses medicamentos pudessem beneficiar pacientes com Parkinson. Os resultados, porém, foram considerados decepcionantes.
O que é a doença de Parkinson?
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso, especialmente as áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos.
Causas
A origem exata da doença ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que ela está relacionada à perda progressiva de células produtoras de dopamina, neurotransmissor essencial para o controle motor. Fatores genéticos e ambientais também podem contribuir para o desenvolvimento da condição.
Sintomas
Os sintomas do Parkinson variam entre os pacientes e tendem a se manifestar de forma gradual. Entre os mais comuns estão:
• Tremor: geralmente começa em um dos lados do corpo, afetando mãos, braços, pernas ou mandíbula;
• Rigidez muscular: músculos tornam-se rígidos e tensos, dificultando a movimentação;
• Bradicinesia: lentidão dos movimentos voluntários, impactando atividades diárias;
• Instabilidade postural: dificuldade para manter o equilíbrio, aumentando o risco de quedas.
Mais informações sobre a doença de Parkinson podem ser encontradas na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde neste link.
Por Aline Dantas