A 110ª edição da romaria da Devoção à Santa Cruz da Baixa Rasa, realizada neste sábado (25), reuniu vaqueiros e vaqueiras do Cariri em um evento marcado pela fé, história e cultura. Reconhecida como Patrimônio Material e Imaterial do Crato, a celebração teve início com a concentração em frente à Capela do Lameiro, de onde partiu um cortejo em cavalgada até a localidade da Baixa Rasa, situada na Floresta Nacional do Araripe.
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A romaria carrega consigo uma história que remonta ao início do século passado, com origem na devoção iniciada por Vó Pretinha, figura central da celebração. Expedito Manoel dos Santos, de 74 anos, é testemunha viva dessa tradição. Ele relembra as primeiras vezes que participou da romaria:
“Comecei a vir com 6 anos, acompanhado da minha mãe e dos meus tios. Todos os anos estou aqui. Naquela época, a gente vinha de jumentinho, carregando água e comida. Era tudo muito simples, mas a fé era imensa. Hoje mudou, tem carro e outras facilidades, mas a devoção continua a mesma”, descreveu emocionado.

A cerimônia foi enriquecida pela presença da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto e do Grupo de Lapinha da Mestra Zulene Galdino, que levaram música e performances tradicionais. A celebração incluiu uma missa conduzida pelo Padre Édson e a reza do terço, reforçando o caráter religioso do evento.
A história por trás da devoção
A origem da romaria está ligada à saga de um vaqueiro que, vindo de Pernambuco, perdeu-se na Chapada do Araripe, onde faleceu de fome e sede. Um ano depois, Vó Pretinha iniciou a peregrinação ao local, acendendo velas e pedindo pela intercessão do vaqueiro para proteger a região contra uma peste que ameaçava a população.
Essa história de fé e esperança perpetuou-se por gerações, transformando a Santa Cruz da Baixa Rasa em um símbolo de devoção para os fiéis do Cariri.
Por Heloísa Mendelshon










