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Uma crônica de Natal – Por Francinaldo Dias

24 de dezembro de 2019
Uma crônica de Natal – Por Francinaldo Dias
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Era véspera de natal e a empolgação tomara conta das crianças, elas não entendiam como andava a situação. Naquela manhã, os pais estiveram na rua, lojas vazias, pouco movimento na rua, comentava-se a boca miúda, mas em sussurros, que o governo estava acabando com o natal. Mas como acabar com o natal? E o espírito natalino? E o papai Noel? E os presentes?

A inteligência do governo descobrira dias antes que havia uma conspiração para derrubá-lo durante os festejos natalinos e se preparou. Era o que se comentava. Fontes confiáveis relataram que durante uma reunião que houve entre o alto escalão do governo, o presidente por diversas vezes alterou sua voz: Eu falei, eu falei! Este senhor barbudo vestido de vermelho é um Marx comunista! Essa história de presentes deve ser armas para os nossos inimigos. E resolveu autorizar uma espécie de AI-2.5 em alusão à data.

Não proibiu a venda de nada, contudo em um ato de extrema crueldade elevou os preços de todos os produtos mais consumidos no natal. Apenas uma minoria abastada conseguiria comprar aquelas especiarias e guloseimas natalinas. À grande maioria esmagadora apenas restava olhar, comprar seus ovos, único produto acessível, e ir para casa. Nas lojas de presentes somente aqueles caríssimos. Nada de bonecas populares, carrinhos comuns, bola de futebol, ou qualquer outro brinquedo que um pai operário pudesse comprar.

Viam-se nas vitrines games, celulares muito caros, bonecas que pareciam vivas, tudo os olhos da cara e a venda apenas à vista, medo da ousadia de algum pai operário comprar em 12 vezes sem juros. Para compensar as perdas das lojas, o governo dera subsídios aos empresários.

Pronto, a estratégia do governo era perfeita, não haveria um natal alegre para o povo, e povo triste é povo sem ânimo.

Contudo, a resistência fez-se resistente, e em cada gueto das cidades, em cada morro, em cada bairro, em cada sítio, as pessoas lideradas por um alguém que não precisa falar o nome, apenas conhecido pela alcunha de mestre ou mestra, começaram a se mobilizar, quem tinha um frango no ponto de abate no puleiro, abateu, preparou e levou ao coletivo, um leitão daqui, um bode e um carneiro dali, cenouras, batatas de uma, duas, todo tipo de legumes e verduras, aos pouquinhos, foram aumentando, muito arroz, feijão e macarrão, e iniciou-se a produção daquele banquete coletivo.

Proibiram som nas casas, apenas restaurantes poderiam ter algum tipo de som, ao vivo ou mecânico. Entretanto nas comunidades, veio o reisado, em uma, o maracatu em outra, a escola de samba numa terceira, grupos de coco, dança, pau de fitas, São Gonçalo, e o povo em cada comunidade saiu em cortejo, e foi muito bonito tudo aquilo.

As crianças não ganharam presentes, grupos de jovens se distribuíram promovendo brincadeiras entre as crianças, jogo de bila, trancelim, bandeira, pega-pega. Outros pintavam o rosto das crianças, duendes, palhaços, arlequinas, houve até um teatro improvisado e foi tudo muito bonito.

Por fim, estava pronto o jantar, dezenas de mesas formando um extenso colorido de toalhas, muitas guardadas para as ocasiões especiais, centenas de cadeiras de diversos modelos, onde as pessoas mais velhas sentavam a se servir, jovens e crianças sentavam pelas calçadas lado a lado e era uma polifonia de vozes e sorrisos, e foi tudo muito lindo.

Aquela festa reuniu todos os caracteres das comunidades, os anciãos, anciãs que não saiam de casa foram trazidos em suas cadeiras forradas com lençol, e após o jantar contavam histórias que as crianças escutavam atentas, e foi tudo muito bonito.

Os doentes que não podiam sair de casa receberam em seus leitos a alimentação de acordo com suas restrições, diabéticos, hipertensos, cardíacos, etc., após a alimentação fazia-se uma oração em agradecimento, e extraia-se um sorriso que há muito não se via naqueles rostos. E foi tudo muito bonito.

Os noiados e papudinhos como são chamados os viciados em drogas e em álcool, respectivamente, que observavam a certa distância, convidados por alguém que não precisa falar o nome, foram chegando e se abancando e recebiam e faziam seus pratos e se alimentaram fartamente. E não perguntaram se havia bebida alcoólica. E foi tudo muito bonito.

Já era madrugada alta quando as pessoas começaram a se recolher para suas casas, as mesas e cadeiras ficaram para ser recolhidas pela manhã. Varreram-se a rua recolheram o lixo e todos foram dormir. Por fim, apenas o silêncio reinou naquela comunidade, e de acordo com o que se ouviu pela cidade, foi o melhor natal de todos os tempos, e em todas as comunidades. As pessoas se encontravam nas praças e comentavam.

Noticiários de jornal davam conta das mais variadas comunidades que se organizaram e fizeram seu natal de maneira comunitária, em todo o país o povo fechara com a ideia e buscaram essa maneira alternativa de felicidade natalina. E foi tudo muito bonito.

Mas alguém muito observador percebeu que em todas as narrativas, aqueles que contavam sobre o natal em sua comunidade, concluía sempre dizendo que o mestre ou mestra que organizara, no fim saíra sem que ninguém percebesse. Como estrela cadente, fogo fátuo, uma espécie de espírito de luz, que nos chega em momentos determinantes e nos marca para sempre. Ao que um senhor negro de cabelos branquinhos como neve, emendou – Deve ser a tal da onipresença!

Por Francinaldo Dias. Professor, cronista, contador de “causos” e poeta

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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