Uma pesquisa recente publicada na revista Nature Communications sugere que a alimentação e o contato com produtos plásticos durante a gravidez podem impactar a saúde do feto, em particular o risco de desenvolvimento do transtorno do espectro do autismo (TEA). A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Melbourne, Austrália, indica que o bisfenol A (BPA) — uma substância química comum em plásticos — pode estar associado ao autismo em crianças.
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Os pesquisadores explicam que a exposição ao BPA no útero pode interferir no desenvolvimento cerebral ao suprimir a enzima aromatase, responsável pela conversão de testosterona em neuro estrogênio no cérebro. O estudo analisou exames de crianças com baixos níveis dessa enzima, observando que a redução da aromatase foi acompanhada por um aumento nas chances de diagnóstico de autismo. Mães que apresentaram níveis elevados de BPA durante a gravidez tiveram filhos com um risco 3,5% maior de desenvolver o TEA em comparação às mães com baixos níveis da substância.
Anne-Louise Ponsonby, uma das autoras principais do estudo, explicou que o BPA pode levar a alterações neurológicas e comportamentais, observadas também em testes com camundongos machos. “Descobrimos que o BPA suprime a enzima aromatase e está associado a mudanças anatômicas e comportamentais que podem ser consistentes com o autismo”, afirmou Ponsonby.
A pesquisa destaca a importância de refletir sobre o uso de produtos plásticos, incluindo embalagens de alimentos e bebidas. A pesquisadora enfatiza que a exposição ao BPA ocorre de várias formas, como pelo contato com cosméticos, pela inalação de vapores durante reformas e pela ingestão de alimentos embalados em plástico. “É essencial compreender como esses produtos afetam nossa saúde, dado que o BPA esteve presente em uma grande proporção das amostras de urina das gestantes analisadas”, pontuou Ponsonby.
Por Bruno Rakowsky