O ministro da Educação, Camilo Santana, apresentou na manhã desta quarta-feira (30) medidas do novo pacote de valorização dos professores da Educação Básica no Brasil. Entre as propostas, estão a criação de um concurso unificado, apelidado como “Enem dos Concursos”, e o “Pé-de-Meia licenciatura”, benefício voltado para incentivar jovens a se tornarem professores.
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O anúncio aconteceu durante uma coletiva de imprensa na “Semana Ceará: Centro Global da Educação”, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, que coincide com o Encontro dos 20 (G20), fórum internacional que reúne as maiores economias do mundo e está sendo sediado pela primeira vez na capital cearense.
Entre os pontos de destaque, o concurso unificado para professores permitirá uma seleção nacional com adesão voluntária das redes municipais e estaduais, facilitando a contratação em várias localidades. “Será uma seleção única para preenchimento de vagas em diversas regiões”, explicou Camilo.
Além disso, o novo programa prevê incentivos financeiros a jovens que escolham licenciaturas pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) após realizarem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Chamamos de ‘Pé-de-Meia licenciatura’, um incentivo para que jovens já ingressem em universidades com uma bolsa de apoio, visando ampliar o número de professores qualificados”, afirmou.
O conceito do “Pé-de-Meia licenciatura” é inspirado no atual programa de incentivo financeiro oferecido a alunos de ensino médio público. Esse projeto funciona como uma poupança destinada a estimular a permanência escolar, atendendo mais de 2,5 milhões de estudantes atualmente.
O ministro da Educação também ressaltou o déficit de professores em áreas de Ciências Exatas, como Matemática, Física e Química. Em novembro, o governo deve anunciar oficialmente o pacote de valorização dos professores, inicialmente planejado para ser divulgado no Dia do Professor, em 15 de outubro.
G20 e os desafios globais na educação
Durante o encontro, Camilo Santana destacou a relevância do G20 para debater a valorização dos professores, a integração entre escola e comunidade e a replicação de ferramentas pedagógicas entre países. “Buscamos referências de diversas nações para lidar com o desafio de atrair profissionais para o magistério. Em breve, o presidente Lula deve apresentar as ações para estimular a licenciatura e fortalecer o magistério no Brasil”, explicou o ministro.
Dados apresentados pelo grupo indicam que, nas próximas décadas, 50 milhões de novos professores serão necessários para a universalização da Educação Básica em nível global, conforme estudo da OCDE. Entre as discussões, estão abordagens para integrar a escola com a sociedade e promover o envolvimento dos pais na educação.
“O que vemos no G20, apesar das particularidades entre países, é a concordância de que a Educação deve ser prioridade e deve contar com financiamento adequado”, afirmou Camilo. No entanto, ele enfatizou que, em muitos países, os recursos disponíveis ainda são insuficientes para garantir uma educação inclusiva, universal e equitativa.
Por Heloísa Mendelshon