O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (8), o economista Gabriel Galípolo como o novo presidente do Banco Central (BC), indicado pelo presidente Lula (PT). Galípolo foi aprovado com 66 votos favoráveis e apenas 5 contrários em uma votação secreta, registrando uma das aprovações mais expressivas dos últimos 22 anos.
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Antes da votação em plenário, o indicado passou por uma sabatina de quatro horas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde foi aprovado por unanimidade, com 26 votos favoráveis. Ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato à frente do BC termina em 31 de dezembro. A partir de 2025, Galípolo assumirá um mandato de quatro anos.
Atualmente, Galípolo ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central e esteve diretamente envolvido na campanha de Lula à presidência e na equipe de transição do governo. Ele também atuou como secretário-executivo do Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad.
Desafios à frente do BC
A indicação de Galípolo foi bem recebida pelo mercado financeiro, mas ele enfrentará desafios significativos como novo presidente do Banco Central. Entre suas responsabilidades estão a garantia da estabilidade do sistema financeiro e o controle da inflação, sem deixar de lado os impactos que as políticas monetárias, especialmente a taxa básica de juros (Selic), têm na economia.
A Selic, atualmente em 10,75% ao ano, é uma ferramenta crucial para combater a inflação, mas, ao mesmo tempo, torna o crédito mais caro e desacelera o crescimento econômico. Reduzir a taxa sem comprometer o controle inflacionário será um dos principais dilemas enfrentados por Galípolo.
Desafios
Além de garantir a estabilidade monetária, Galípolo terá que demonstrar sua independência na condução do Banco Central, sem interferências diretas do Executivo. O desafio será manter o equilíbrio entre a redução dos juros e a promoção do crescimento econômico, em um momento em que o mercado de trabalho está aquecido e a inflação atinge 4,50% em 12 meses, perto do teto da meta estabelecida pelo BC.
Trajetória
Gabriel Galípolo é mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também é professor. Ele tem experiência no setor público e privado, tendo atuado em diversas funções, incluindo a presidência do BC de forma interina em julho deste ano, durante as férias de Roberto Campos Neto. Galípolo também foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo e diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado.
Com uma sólida trajetória e experiência em políticas públicas e financeiras, Galípolo terá a missão de conduzir o Banco Central em um momento crucial para a economia brasileira, em busca de equilíbrio entre crescimento e estabilidade monetária.
Por Heloísa Mendelshon