O Ceará registrou 122 casos confirmados de febre oropouche, de acordo com a atualização desta quinta-feira (8) feita pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). No boletim anterior, divulgado em 2 de agosto, o número de infectados era de 96. A doença é transmitida pelo mosquito conhecido como maruim, ou Culicoides paraensis, e tem gerado preocupação, especialmente na Região do Maciço de Baturité.
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Concentração de casos
Atualmente, os diagnósticos de febre oropouche estão concentrados nos municípios de Aratuba, Pacoti, Mulungu e Capistrano, todos localizados no Maciço de Baturité. Até o momento, não há registro de mortes causadas pela doença no Ceará, segundo a Sesa.
Os diagnósticos são realizados através de testes RT-PCR, enviados ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). A febre oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, dor de cabeça intensa e dores no corpo, e está associada a complicações neurológicas e problemas gestacionais em casos graves, embora essas complicações ainda não tenham sido registradas no Ceará.
Como prevenir
A prevenção da febre oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis (conhecido como maruim, polvinha ou mosquito-pólvora), envolve medidas para evitar as picadas desse inseto, uma vez que ele habita áreas de mata e é resistente a alguns métodos convencionais de controle, como o uso de fumacê. Aqui estão algumas formas de prevenção:
• Uso de repelentes: Aplicar repelentes de insetos na pele e nas roupas, especialmente em áreas expostas, pode ajudar a evitar picadas. É importante escolher produtos recomendados por órgãos de saúde e seguir as instruções de aplicação.
• Roupas protetoras: Usar roupas de manga longa, calças compridas e meias ao visitar ou trabalhar em áreas onde o maruim é comum. Optar por roupas de cores claras, que ajudam a identificar os insetos.
• Instalação de telas: Colocar telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos em casas e outras construções. Isso é especialmente importante em regiões onde o mosquito é comum.
• Evitar áreas de risco: Reduzir a exposição em áreas de mata, especialmente durante o amanhecer e o entardecer, quando os maruins são mais ativos.
• Uso de mosquiteiros: Dormir sob mosquiteiros tratados com inseticida em áreas onde o risco de picadas é alto, como acampamentos ou residências próximas a áreas de mata.
• Manutenção de ambiente: Manter a limpeza em áreas ao redor de residências, eliminando locais que possam servir de abrigo para os mosquitos.
• Educação e conscientização: Informar a comunidade sobre os riscos da febre oropouche e as medidas preventivas, especialmente em regiões endêmicas.
Sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da febre oropouche incluem febre de início súbito, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e, em casos graves, podem ocorrer manifestações hemorrágicas e meningoencefalite (inflamação do sistema nervoso).
Tratamento
O tratamento da febre oropouche é similar ao da dengue, com foco na hidratação e administração de medicamentos para alívio da dor. Em geral, os pacientes permanecem com sintomas por até 15 dias. A prevenção, no entanto, difere das medidas contra a dengue, já que o mosquito maruim vive em áreas de mata e não pode ser combatido com a eliminação de água parada ou o uso de fumacê.
O que é
A febre oropouche é uma arbovirose com sintomas que podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças, como dengue e chikungunya, o que exige um diagnóstico preciso para o tratamento adequado. As unidades de saúde do Ceará estão realizando testes iniciais para essas arboviroses, e, em casos negativos, investigam a presença do vírus oropouche.
Por Nicolas Uchoa