Paulo Hernesto Pereira Tavares, delegado da Polícia Civil do Ceará (PCCE), foi condenado pela Justiça Estadual a 9 anos e 6 meses de prisão e à perda do cargo público. A sentença foi proferida pela Vara Única da Comarca de Aurora na última quinta-feira (18), e inclui crimes de lesão corporal, calúnia, ameaça, resistência, desacato e dirigir sob efeito de álcool.
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O delegado foi condenado por agredir uma mulher e cometer diversos outros crimes no município de Aurora. A sentença determinou que Paulo Hernesto Pereira Tavares cumpra a pena em regime inicialmente semiaberto, com direito de recorrer em liberdade. Além disso, ele teve sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa por dois anos e foi afastado imediatamente de suas funções na Polícia Civil.
O juiz José Gilderlan Lins, responsável pela sentença, justificou a perda do cargo público com base na gravidade dos crimes cometidos no exercício de suas funções, destacando a violação dos deveres de urbanidade, lealdade, lisura, eticidade e probidade para com a Administração Pública. O juiz afirmou que os atos do réu abalaram a confiança dos cidadãos em sua pessoa.
Reparação às vítimas
O delegado também foi condenado a pagar um total de R$ 67 mil às vítimas do processo, distribuídos da seguinte forma:
• Mulher agredida: R$ 20 mil
• Adolescente agredido: R$ 10 mil
• Homem agredido: R$ 7 mil
• Tenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE) caluniado: R$ 15 mil
• Servidora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): R$ 10 mil
• Advogado ameaçado: R$ 5 mil
Saiba mais
Paulo Hernesto Pereira Tavares foi preso em flagrante pela Polícia Militar no Centro de Aurora, no dia 11 de novembro do ano passado. Ele foi acusado de dirigir alcoolizado, agredir uma mulher e um adolescente, e cometer outros crimes. O delegado foi solto em audiência de custódia no dia seguinte, mas voltou a ser preso em 24 de novembro por suspeita de manipular testemunhas e atrapalhar a investigação policial. Em 2 de abril deste ano, ele foi solto pela Justiça Estadual, que entendeu que o réu não interferiria mais no processo criminal.
Na madrugada do dia dos crimes, Paulo Hernesto estava saindo de uma festa quando perseguiu um adolescente de bicicleta com seu carro. Após perder o controle do veículo e se envolver em um acidente, ele desceu do automóvel e começou a confusão, agredindo uma mulher com um tapa no rosto, que foi filmado por testemunhas. Outras pessoas relataram perseguições e ameaças por parte do delegado.
A defesa de Paulo Hernesto Pereira Tavares não foi encontrada para comentar sobre a condenação. O delegado e outros dois réus foram absolvidos do crime de falso testemunho, apesar das acusações de que haviam feito falsas afirmações para ocultar a verdade dos fatos.