As últimas aulas públicas do projeto Dialoga Cariri foram realizadas nesta sexta-feira (6), na Praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte. Desenvolvido por estudantes do segundo semestre do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA), o projeto foi idealizado pelo professor Tiago Coutinho, da disciplina de Cultura Brasileira, e funciona como uma das avaliações do módulo.
O objetivo do projeto é debater e valorizar os aspectos culturais da região caririense, de modo simples e acessível. Tiago explica que foram formadas seis equipes a partir das linguagens propostas: arquitetura, música, cinema, artes visuais, artes corporais e literatura. Os estudantes montaram as equipes a partir da afinidade com os temas e pensaram em temas para cada aula. “Cada equipe tinha duas tarefas: vincular a linguagem escolhida à região do Cariri e organizar uma aula pública, ou seja, que não fosse em sala de aula. Tudo foi feito por eles, eu apenas dei orientações durante as aulas da disciplina”, explica o professor.
Para ele, os estudantes ganham conhecimento tanto pela experiência da produção quanto por pesquisar sobre a linguagem escolhida, para oferecer uma boa aula. Letícia da Costa Silva, uma das estudantes envolvidas, acredita que não são apenas os estudantes que saem ganhando: as aulas públicas contemplam pessoas que não estão matriculadas na disciplina, e pretendem mostrar a cultura do Cariri para quem não a conhece tão bem.
Letícia conta que a experiência acrescentou muito à sua formação, principalmente em relação ao seu conhecimento da cultura do Cariri. “A experiência está sendo muito boa. Para uma universidade pública, acredito que o papel de inclusão e informação seja fundamental, e organizar aulas que fogem do espaço convencional da sala de aula contribui para isso”, afirma ela.
Tiago conta ainda que sempre pensa em avaliações desse tipo para seus estudantes, e lembra que costuma ter belas surpresas. “A universidade só existe por causa dos estudantes, e precisa entender isso. Costumo sempre pensar a sala de aula a partir das demandas e expectativas deles. Em 10 anos de docência nunca me arrependi de confiar nos estudantes: eles sempre surpreendem”.