Quase 10 meses após o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, que matou 10 jogadores das categorias de base, com idades entre 14 e 16 anos, a Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta quinta-feira (5) que o clube pague mensalmente R$ 10 mil a cada família por sua perda e que inclua na sua folha de pagamento três outros jovens que ficaram feridos na tragédia. O pagamento deverá ser feito até que sejam definidas as indenizações definitivas. Os cearenses Cauan Emanuel Gomes Nunes, de 14 anos, e Dyogo Bento Alves estavam no alojamento no dia da tragédia.
A decisão foi concedida liminarmente a pedido da Defensoria Pública e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em processo que está correndo na Vara Cível da Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense.
“Tratando-se de clube de futebol, as constantes transações financeiras envolvendo jogadores de futebol, as rendas provenientes de bilheterias de estádios e as rendas oriundas de transmissões de televisão, são suficientes para garantir a eficácia da decisão”, explicou a decisão judicial.
Caso o clube não efetue o pagamento imediato, inclusive dos meses anteriores à decisão, a multa diária por cada vítima será de R$ 1 mil. Os pagamentos serão efetuados até que o Flamengo e as famílias das vítimas cheguem a um acordo sobre as indenizações na justiça.
O incêndio no CT Ninho do Urubu, como é conhecido o centro de treinamento do Flamengo, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, ocorreu no dia 8 de fevereiro deste ano provocado por uma falha no ar condicionado. O local já havia sido interditado pela Prefeitura em 2017, após quase 30 multas por falta de alvará. Até o momento, o clube não se pronunciou sobre a decisão.
Fonte: Diário do Nordeste