Um homem de 46 anos, morador de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, morreu por suspeita de intoxicação por uma substância tóxica presente no peixe baiacu. Segundo a família, Magno Sérgio Gomes ficou 35 dias internado, nos quais passou por uma série de exames, mas não resistiu às complicações e foi a óbito na manhã deste sábado (27) em um hospital particular de Vitória.
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Myrian Gomes Lopes, irmã de Magno, disse que o irmão ganhou o baiacu de um amigo. Na casa de Magno, eles limparam o peixe, retiraram apenas o fígado, ferventaram o órgão e comeram, com limão e sal.
Logo após ingerirem o fígado do baiacu, os dois começaram a passar mal. Rapidamente, Magno foi dirigindo o próprio carro até o hospital mais próximo. Segundo o irmão dele, Willian Gomes Lopes, em um primeiro instante, Magno começou a apresentar ânsias de vômito.
No hospital de Aracruz, ele teve uma parada cardíaca e, segundo o irmão, precisou ser reanimado por cerca de oito minutos. Devido ao quadro preocupante, ele foi entubado e transferido para um hospital na Capital. Já em Vitória, o morador de Aracruz passou por vários exames e ficou em coma induzido. Após 35 dias internado, ele não resistiu e foi a óbito na manhã deste sábado (27).
Segundo Willian, o amigo, que comeu o fígado do peixe junto com Magno, também foi para o hospital, onde ficou internado por uma semana.
Sobre o baiacu
O baiacu é um peixe muito comum na costa brasileira. Ele é popularmente conhecido por se inchar e ganhar um formato de bola como forma de se proteger contra predadores. No entanto, ele também é um peixe venenoso. O principal veneno encontrado no peixe baiacu é a neurotoxina tetrodotoxina (TTx). Ela é achada em maiores concentrações nas vísceras (gônadas, fígado e baço) e na pele do peixe. Portanto, antes de comê-lo é preciso fazer uma limpeza muito correta, retirando vísceras sem deixar que elas se rompam.
Existem pelo menos 20 espécies de baiacu no Brasil, algumas com maior concentração de veneno, outras com menos. Os baiacus-arara são uma espécie bastante consumida no país e vendida em várias peixarias. Não há registro de envenenamento pelo consumo desse peixe. No entanto, por conta dos cuidados necessários na hora da limpeza, a recomendação é sempre comprar o baiacu nas peixarias e nunca comer o baiacu que você, ou um amigo, pescou no mar.
Tratamento
Não há tratamento específico para os envenenamentos causados pela ingestão de baiacus. O tratamento é de suporte, fundamentalmente de apoio respiratório. Podem ser indicadas como medidas imediatas a lavagem gástrica e medicamentos eméticos, ou seja, que provocam vômito, mas apenas nas primeiras horas após a ingestão.
Por Nicolas Uchoa