A unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Barbalha, promoveu uma semana técnica sobre o manejo de algodão, aberto para pesquisadores, técnicos, produtores e comunidade em geral. Ontem (22), aconteceu seu quinto dia de campo, apresentando ao público seu campo experimental que funciona desde o ano 2000 na terra dos Verdes Canaviais. O espaço fica aberto para visitação diariamente.
Segundo o biólogo da Embrapa, Gildo Pereira de Araújo, uma das intenções é mostrar as possibilidades de cultivo de algodão, tendo em vista sua importância econômica, cultural e social para o Semiárido. Seu campo experimental, veiculado à Campina Grande (PB), produz entre 4 e 4,5 toneladas da fibra por hectare.
“Claro que aqui a gente está numa condição especial, com área irrigada. Porém, o principal objetivo aqui não é a produção em si, mas desenvolver pesquisa para oferecer à sociedade materiais com características genéticas, alta produtividade e manejo adequado”, explica o biólogo.
A maior parte da produção do campo experimental de Barbalha constituem os campos de sementes da própria Embrapa e são levados para Campina Grande. “Temos parceria com empresas cadastradas para que possam fazer a produção de sementes em grande escala e disponibilizar para os agricultores”, explica Gildo.
Outra parte dos experimentos menores também vai para a Campina Grande, onde são feitas análise laboratoriais. Já o excedente, por ser um órgão público, são disponibilizadas para a venda através de leilão público.
Em 11 hectares de terra, são produzidos algodão da mais alta tecnologia, modificado geneticamente, além de algodões coloridos e também sem nenhum tipo de transgenia. “Pesquisamos em todas as linhas para oferecer todas as alternativas para cultivo”, enfatiza o biólogo.
“A gente tem materiais indicados para a região, adaptadas, com características de fibras especiais. Possuem todas características que a indústria requer. Aliado a essa potencialidade genética, a gente tem características de solo, clima, temperatura que dão a condição ideal para se produzir aqui a melhor fibra de algodão do mundo”, garante Gildo.
A Embrapa Algodão, em Barbalha, também desenvolve pesquisas, em menor escala, com gergelim, mamona, amendoim e sisal. Este último, já foi um dos principais cultivos do município de Caririaçu, também na região do Cariri.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste