Não há dúvidas que o Estado do Ceará tem um potencial relevante quando falamos em energias renováveis. E esse potencial tem chamado atenção de empresas globais interessadas em produzir hidrogênio verde aqui. O mundo inteiro tem visto o estado com outros olhos desde que foi assinado o primeiro Memorando de Entendimento para a produção do combustível do futuro, em fevereiro de 2021. Atualmente, já são mais de 30 acordos com instituições parcerias, empresas nacionais e estrangeiras, com uma sinalização de investimentos acima de US$ 30 bilhões de dólares (R$ 145,7 bilhões de reais). Desses, há três pré-contratos já firmados, nos quais a previsão de investimento é de US$ 8 bilhões (R$ 38,8 bilhões).
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Sob a liderança do governador Elmano de Freitas, que tem priorizado e dado continuidade às políticas de energias renováveis de governos anteriores, as Secretarias do Desenvolvimento Econômico, das Relações Internacionais e o Complexo do Pecém, têm trabalhado incansavelmente na promoção do estado para atrair empresas que enxergam no hidrogênio verde o grande pilar da transformação da matriz energética mundial.
“Investir em práticas sustentáveis na geração de energia limpa são preocupações do governo cearense. Aproveitar de forma consciente o sol e os ventos fortes, presentes em abundância no nosso Ceará, trará, sem dúvidas resultados satisfatórios e até transformadores na nossa economia”, afirma o titular da SDE, Salmito Filho.
Estudos apontam que o Ceará parte na frente na concorrência pelo melhor preço para a produção do Hidrogênio Verde. “Temos no mundo lugares com ótimos atributos para produzir energia eólica no mar, em terra e produzir a energia solar. Mas os três no mesmo local, como pode ser no Ceará, é praticamente um caso único! Aliado a isso, temos infraetrutura como o Complexo do Pecém – com alta capacidade, a ZPE, infraestutura de telecomunicações, governança e segurança jurídica, outros fatores importantes para investidores”; ressaltou o executivo da Indústria da SDE, Joaquim Rolim.
O hidrogênio verde (H2V) é um combustível universal e atualmente considerado o pilar da transformação energética mundial. Pode ser obtido através da quebra/separação das moléculas da água (H²O), por meio e um processo químico alimentado por energias renováveis, chamado eletrólise. Após aplicaçãp dessa corrente elétrica contínua, as moléculas do hidrogênio e do oxigênio são separadas gerando o hidrogênio verde, que pode ser usado nas indústrias, nos transportes e no consumo doméstico. Vale ressaltar que o hidrogênio pode ser armazenado em suas formas liquida ou gasosa e transportado para outras localidades.
Além do enorme potencial de exportação via Porto de Roterdã com destino aos para países europeus, existe também oportunidade de importação dessa fonte energética para países como China, Japão e Coréia do Sul que têm planos para a descarbonização da matriz energética.
Os futuros investimentos dessa cadeia vão gerar mais emprego, desenvolvimento tecnológico, industrial e socioeconômico para toda região nordeste, em especial para o Ceará. Serão instaladas novas companhias de energias renováveis, empresas produtoras, de armazenamento, e de transporte de hidrogênio. Há projeções de elevação do PIB Cearense e impactos positivos nas exportação cearenses.
O potencial do Ceará
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mostram que o Ceará possui 100 parques eólicos que geram 2.577 MW de potência. E outros 72 empreendimentos, em construção ou obras não iniciadas, como capacidade contratada de 2.876MW. Há ainda 26 empreendimentos de eólica offshore esperando licenciamento do Ibama que vão gerar 64,9 GW dentro oceano.
Já a capacidade instalada de energia fotovoltaica (solar) é de 1.559 MW distribuídos em 35 empreendimentos no Ceará. Outros 419 parques solares estão construção e, juntos, em breve, vão gerar 16.738,3MW de potência (Fonte Aneel/Ibama – Outubro de 2023).
Hub de Hidrogênio Verde
O HUB de Hidrogênio Verde do Ceará, no Complexo do Pecém, foi lançado pelo Governo do Estado em fevereiro de 2021 em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). A ideia é reduzir a emissão de gases poluentes com novos investimentos e ampliar as oportunidades de negócios com geração de empregos em todo estado e, assim, impulsionar a economia do Ceará.
A produção de H2V no Porto do Pecém tem uma capacidade instalada projetada de 6 gigawatts até 2034. Isso deve e duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos na região, que hoje é de 80 mil. Essas três empresas com pré-contratos assinados têm a partir de 2024 para tomarem suas decisões finais e assinarem contratos definitivos para iniciar a produção entre 2026 e 2027. A Fortescue, por exemplo, já deu início ao processo de licenciamento ambiental de seu projeto, se tornando a primeira empresa no Brasil a apresentar esse estudo para o desenvolvimento de um projeto de H2V em larga escala.