O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou na última quinta-feira (14) ao Congresso o Projeto de Lei do Combustível do Futuro, um pacote de iniciativas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa, com previsão de investimento de R$ 250 milhões.
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Dentre as propostas do projeto está a criação de um marco regulatório dos combustíveis sintéticos no Brasil, que já são fabricados em pequena escala, inclusive pela Petrobras,
Trata-se da gasolina ou do diesel fabricado sem petróleo, também conhecido como e-fuel.
Além da Petrobras, essa gasolina é produzida por empresas como a Porsche e será usada para abastecer os carros da Fórmula 1.
Quais são as vantagens da gasolina sem petróleo?
• Sua produção utiliza como matéria-prima hidrogênio e dióxido de carbono – um dos maiores causadores do efeito estufa;
• Assim, encerraria a dependência do petróleo, recurso natural que inevitavelmente irá acabar e tende a ficar cada vez mais caro;
• Por ser líquido, o e-fuel pode aproveitar a infraestrutura atual de abastecimento;
• Além disso, pode ser fabricado na forma de diesel e não exige alterações nos motores que utilizam a versão fóssil desses combustíveis;
• Da mesma forma que a gasolina convencional, o combustível feito sem petróleo emite poluentes;
• Porém, ele traz a vantagem, como o etanol, de neutralizar na respectiva produção o carbono resultante de sua queima – ao retirar dióxido de carbono da atmosfera;
• O governo alemão, além de marcas como Audi e Bosch, também têm investido nessa tecnologia.
Para a neutralização acontecer, a fabricação da gasolina sem petróleo precisa utilizar necessariamente fontes “limpas” e renováveis de energia, como hidrelétricas, eólicas e solares, explica o engenheiro Everton Lopes.
A perspectiva de benefícios econômicos e ambientais é alentadora, porém sua produção ainda é cara ante a gasolina tradicional, destaca Everton Lopes
O desafio, afirma, é reduzir o custo da extração do hidrogênio necessário para fazer a gasolina sintética, a partir de um processo conhecido como eletrólise
“É grande a quantidade de eletricidade utilizada para separar o hidrogênio presente na água e isso eleva bastante o custo de produção”, pontua.
“O combustível sintético já era usado pela Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e, desde então, as pesquisas têm evoluído. Porém, o petróleo ainda é muito mais fácil e barato de ser obtido e refinado.”
Everton Lopes, engenheiro
Além de servir para sintetizar combustível líquido, o gás também é visto como opção às caras e pesadas baterias de veículos a propulsão elétrica.
Por meio das chamadas células de combustível, incorporadas a automóveis, o hidrogênio gera eletricidade para impulsionar as rodas.
Modelos como o Toyota Mirai já trazem essa tecnologia e são abastecidos com hidrogênio.
Fórmula 1 vai adotar e-fuel
A Fórmula 1 avalia a adoção do e-fuel a partir de 2025, quando deverá entrar o novo regulamento de motores, mantendo a propulsão híbrida já adotada, porém com o novo combustível e mais eletrificação.
Esse seria o caminho para a mais importante categoria do automobilismo mundial não migrar, ao menos por ora, para motores totalmente elétricos.
A expectativa é de que a novidade, quando chegar aos consumidores, garanta a sobrevida dos motores a combustão interna, seja de forma “pura” ou com algum nível auxílio elétrico. Hoje, tudo indica que propulsores convencionais estão com os dias contados por conta dos limites cada vez exigentes dos governos em relação às emissões de poluentes.
Fonte: UOL