A febre maculosa voltou a preocupar as autoridades da saúde do país. A doença, transmitida por contato com o carrapato infectado pela bactéria do gênero Rickettsia, provocou um surto na cidade de Campinas (SP), e resultou na morte de três pessoas.
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Como todas as doenças ela requer prevenção. Veja algumas dicas.
• Pesquise a região. Antes de ir a uma área de mata, é importante pesquisar se a região tem registros de febre maculosa. Se sim, vale redobrar a atenção para a presença de carrapatos no local.
• Uma delas é o uso de repelentes à base de DEET, que protegem contra o carrapato.
• Outra dica é usar roupas compridas e claras, pois isso ajuda a visualizar mais fácil, caso algum deles suba em você.
• Para quem costuma fazer trilha ou passarinhadas, uma opção é usar fita-crepe na “boca” da calça. O ideal é fechar a “boca” e também colocar a fita ao contrário, com a parte colante para fora, fazendo uma barreira. Assim o carrapato ficará grudado caso tente subir pelas pernas da pessoa.
• Há a opção ainda de usar alguns talcos à base de enxofre. No caso de pegar muitos carrapatos, o indicado é tomar banho com o sabonete em barra de enxofre.
• Se encontrar um carrapato grudado na pele, a recomendação é removê-lo o mais rápido possível. A forma ideal é retirar o bicho com uma pinça.
Casos no Ceará
O Ceará registrou, entre janeiro até quarta-feira (14), quatro casos confirmados de febre maculosa em 2023. No período ainda houve 14 notificações da doença, mas não há registro de óbitos no Estado, segundo a Secretaria da Saúde (Sesa).
Os casos ocorreram nas cidades e todas no Maciço do Baturité:
• Guaramiranga (3)
• Pacoti (1)
As vítimas estiveram na mesma festa em uma fazenda em um distrito do município paulista. Uma adolescente de 16 anos, que também esteve no evento, morreu com suspeita da doença.
Ao todo, o Ministério da Saúde confirmou 53 casos em todo o Brasil até esta quarta-feira, dos quais oito resultaram em mortes. Desses casos, 12 foram registrados no estado de São Paulo, com seis óbitos confirmados e dois continuam em investigação.
Conforme o Ministério da Saúde, a maior concentração de casos é verificada nas regiões Sudeste e Sul.
Capivara é bonitinha, mas deve ser evitada
A capivara é o maior hospedeiro mamífero do carrapato-estrela nas cidades, justamente por viver em zonas próximas ao mato, pontua Daniel Petroni. Outros animais onde é mais fácil de encontrar o inseto são cavalos e gambás. Confira outras dicas de como se prevenir.
• É importante saber que os animais também podem hospedar os carrapatos que transmitem a doença. Para cachorros, por exemplo, é recomendado que os donos vejam o pelo, entre os dedos das patas e as orelhas do animal para verificar se existem carrapatos.
• A principal medida protetiva nos cachorros é aplicar antiparasitários, que atingem as pulgas e carrapatos. Existem também coleiras que previvem a infestação.
• Animais de fazenda, como os bois, estão mais sujeitos ao carrapato por viverem mais próximos da natureza.
• Em rebanhos mais sensíveis a carrapatos, são utilizados carrapaticidas para fazer o controle de infestação. Também é recomendado manter capins e gramados podados rente ao solo para criar ambiente menos favorável ao inseto.
Cenário no Ceará
Conforme a Sesa, entre 2010 a 2022, foram notificados 234 casos suspeitos no Ceará, sendo 36 destes confirmados para febre maculosa.
O primeiro registro da doença no Estado foi no ano de 2010, no município de Aratuba, no Maciço de Baturité. A região é composta por 13 municípios, dos quais, oito foi realizado vigilância ambiental para riquetsioses – doenças infecciosas, com manifestações clínicas de quadro febril a hemorrágico, causadas por bactérias do gênero Rickettsia – representando 4,3% do território cearense.
A Coordenadoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, por meio da Célula de Vigilância Entomológica e Controle de Vetores, promove de forma gradual a vigilância das riquetsioses nos municípios do estado, por meio do monitoramento de potenciais vetores, a partir da capacitação de profissionais da saúde com o manejo e encaminhamento de espécimes para análise riquetsial em laboratório de referência.
Pelo menos 12 espécies de carrapatos foram catalogadas no Ceará até 2021, das quais 7 (58,3%) foram encontradas infectadas naturalmente com Rickettsia spp, que pode levar a transmissão da febre maculosa.
Fonte: g1 CE