Rita Lee morreu na noite desta segunda-feira (8), aos 75 anos. Segundo comunicado divulgado pela família da cantora nas redes sociais, a maior estrela do rock brasileiro “morreu em sua residência, em São Paulo, no final da noite de ontem, cercada de todo amor de sua família, como sempre desejou”.
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Ela havia sido diagnosticada com câncer de pulmão em maio de 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença. A taxa de sobrevida dos pacientes que têm esse tipo de tumor mudou ao longo dos anos:
Durante as várias últimas décadas, o prognóstico para um paciente com câncer pulmonar era ruim, com apenas 15% dos pacientes sobrevivendo por mais de 5 anos a partir do momento do diagnóstico, segundo dados do Manual Merc.
Em pacientes com estágio IV da doença (em que já há metástase, isto é, o câncer se espalhou para diversos órgãos), a taxa de sobrevida geral em 5 anos era menor que 1%.
Os desfechos melhoraram devido à identificação de certas mutações que podem ser alvo de tratamento, mas a taxa ainda é considerada baixa.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), as taxas atuais de sobrevida em 5 anos são de 19%: 23% para mulheres e 16% para homens.
O diagnóstico precoce pode aumentar a taxa de sobrevida. No entanto, segundo o Inca, apenas 16% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio inicial. Nesses casos, a taxa de sobrevida de cinco anos sobe para 56%.
Os fatores de risco e os sintomas do câncer de pulmão
O câncer de pulmão é o 5° tipo de tumor mais comum no Brasil, segundo o Inca.
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
Além disso, os sintomas geralmente não aparecem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com a doença em estágio inicial podem apresentar sinais. Os mais comuns são:
• Tosse persistente (nos fumantes, o ritmo habitual é alterado e aparecem crises em horários incomuns)
• Escarro com sangue;
• Dores no tórax (pioram ao tossir ou ao respirar fundo);
• Rouquidão;
• Piora da falta de ar;
• Perda de peso e de apetite;
• Pneumonia recorrente ou bronquite;
• Fadiga, sentir-se cansado ou fraco.
O que é ‘câncer em remissão’?
Em abril de 2022, o câncer de Rita Lee teria entrado em remissão.
O termo “remissão” está relacionado à eliminação da doença, mas não é sinônimo de cura.
O glossário temático Controle de Câncer, publicado em 2013 pelo Ministério da Saúde, afirma que a definição correta de câncer em remissão é “diminuição ou desaparecimento de sinais ou sintomas de um câncer, comumente após a realização do tratamento proposto”.
Em geral, não somente em casos de câncer de pulmão, os médicos indicam a probabilidade de retorno da doença, que varia de acordo com o estágio, de 1 a 4, com o tipo de câncer e com os hábitos da pessoa.
Sabe-se que tabagistas têm maior propensão para desenvolver tumor no pulmão, e pacientes que voltam a fumar após o tratamento têm mais chances de ter a doença novamente.
Após cinco anos, a probabilidade de retorno do tumor no pulmão é pequena, mas ainda existe.
Tratamentos para o câncer de pulmão
É feito por uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, radioterapeutas e cirurgião torácico, que podem decidir qual tratamento é mais adequado para cada situação, com base em fatores como o tipo de câncer de pulmão, o tamanho, a localização e a extensão dos tumores, bem como o estado geral de saúde do paciente.
No caso de Rita Lee, por exemplo, ela fez imunoterapia e radioterapia. E, de fato, as terapias podem ser prescritas em combinação ou isoladamente. Veja a seguir:
Imunoterapia: As células do câncer dispõem de mecanismos que confundem e freiam o sistema imunológico. Estudos do imunologista americano James P Allison e do japonês Tasuku Honjo (Nobel de Medicina 2018) proporcionaram, nos últimos anos, o desenvolvimento de medicamentos que permitem que o sistema imune reconheça as células do câncer para combatê-las de forma mais eficaz. Segundo os médicos, as substâncias apresentaram resultados eficazes e duradouros com perfil baixo de toxicidade. Os inibidores de DP-1 e o inibidor de PD-L1 são exemplos de imunoterapia usados no câncer de pulmão de não pequenas células. O alto custo das drogas, porém, é um fator que limita o acesso.
Radioterapia: Aplicação de radiações ionizantes no local para destruir o tumor ou inibir seu crescimento. Pode ser usada antes da cirurgia, para reduzir o tumor, ou depois, para destruir células restantes, tratar metástases ou, ainda, como tratamento paliativo. Há várias modalidades diferentes de radioterapia. O tratamento é indolor e os efeitos colaterais mais frequentes são irritação na pele e fadiga.
Cirurgia: Consiste na remoção das partes do pulmão afetadas e dos gânglios linfáticos envolvidos. Pode ser curativa nas situações em que o câncer de pulmão foi descoberto em fase inicial.
Quimioterapia: Uso de medicamentos que são sabidamente eficientes em combater as células cancerosas. Podem ser usados juntos ou em combinação, e têm ação sistêmica, ou seja, células saudáveis também são afetadas. É feita em ciclos, em geral depois da cirurgia, mas também pode ser indicada antes para reduzir o tamanho do tumor. Alguns exemplos de drogas para esse tipo de câncer são: cisplatina, carboplatina, paclitaxel, nab-paclitaxel, docetaxel, gemcitabina, vinorelbina, irinotecano, etoposido e vinblastinaepemetrexede. Os efeitos colaterais incluem náuseas, vômitos, perda de cabelo e infecções, entre outros.
Terapia-alvo: Uso de medicamentos ou outras substâncias que impedem o crescimento e disseminação do tumor, causando pouco dano às células saudáveis. Há terapias para diversos tipos de câncer de pulmão com perfis moleculares específicos. É o caso do bevacizumabe e do ramucirumabe, que têm como foco o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF); oerlotinibe, gefitinibe, afarinibe e osimertinibe e necitumumabe, com alvo o gene do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR); e ocrizotinibe, ceritinibe e alectinibe, para pacientes que têm como alvo o gene ALK. Os efeitos colaterais variam para cada terapia.
Fonte: VivaBem/UOL