Um grupo de vereadores de Juazeiro do Norte, durante a sessão desta quinta-feira (16), tentou anular a eleição para a presidência da Câmara Municipal que ocorreu na última terça-feira (14), marcada após a morte da vereadora Yanny Brena (PL), então presidente do Legislativo, vítima de feminicídio pelo ex-namorado, no início do mês.
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Os parlamentares entraram com um recurso ao Plenário, dispositivo regimental previsto para contestar decisões tomadas pela presidência. A justificativa é de que não houve “transparência e publicidade” da eleição para todos os vereadores, e que por isso a votação estaria prejudicada.
A condução da eleição foi feita pelo então vice-presidente da Casa, vereador Raimundo Júnior. Por 12 votos e com chapa única, os vereadores elegeram Capitão Vieira (PTB) como sucessor de Yanny Brena.
Impasse na votação
Mesmo com chapa única, a votação ainda dividiu a Câmara. Isso aconteceu porque, ao longo da semana, o grupo da base do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) articulou lançar outra chapa.
Após as negociações, o nome escolhido foi o do subtenente Edinaldo Moura (PL), suplente de Yanny, que atualmente é diretor do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Juazeiro do Norte.
Contudo, o político não compareceu à posse e enviou pedido para assumir a função no Legislativo após 15 dias da vacância. Ele argumentou que precisaria fazer a transição para o novo diretor do Demutran.
Capitão Vieira
O grupo, já nesta quinta, afirmou que vereadores “foram surpreendidos por decisão do presidente em exercício que, sem qualquer aviso prévio, seja por e-mail, WhatsApp ou ligação, qualquer comunicação oficial ou portaria, publicação oficial no Diário Oficial ou qualquer outro meio, decidiu relizar a eleição para o cargo vago durante a sessão”.
Assinaram o recurso pedindo a anulação da eleição os vereadores José João Alves de Almeida (PSB), Rosane Macedo (Cidadania), Darlan Lobo (PTB), Janú (republicanos), Hebert Bezerra (PSDB), Bilinha (PMN) e Rafael Cearense (Podemos).
Trâmite
Após a leitura do recurso em plenário, o presidente Capitão Vieira (PTB) submeteu o pedido de cancelamento à comissão de Constituição e Justiça, que votou verbalmente e de forma unânime pela rejeição do pedido.
Essa decisão foi colocada, logo em seguida, ao Plenário, para que pudesse apreciar em uma nova votação. Por 11 votos a 5, os vereadores acompanharam a decisão da comissão, e o recurso foi arquivado pela Casa.
Por Felipe Azevedo
Fonte: Diário do Nordeste