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Juazeiro do Norte segue movida pela fé e pela prosperidade

Mestra da cultura pelo Ceará, empresário gaúcho e professor pernambucano partilham percepções sobre a maior cidade do Cariri cearense que, mesmo após os 130 anos do suposto "Milagre da Hóstia", continua em plena expansão

27 de outubro de 2019
Juazeiro do Norte segue movida pela fé e pela prosperidade

Mestre Margarida chegou a Juazeiro do Norte ainda criança, e logo criou um grupo de reisado (Foto: Samuel Macedo)

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Em 1889 aconteceu um fenômeno que transformou a vida de milhares de sertanejos nordestinos. Movidos pela fé, no “Milagre da Hóstia”, muitos deixaram seus estados para conhecer os panos manchados de sangue pela beata Maria de Araújo, logo após a comunhão celebrada pelo Padre Cícero.

Esse encontro, de diferentes vidas no Sul do Estado, tornou Juazeiro do Norte, considerada a “Nova Jerusalém”, um verdadeiro caldeirão cultural. Com o passar dos anos, além da crença no “Padim”, essa terra de 270 mil habitantes também está atraindo pela prosperidade.

A mais próxima relação do Cariri com outros estados sempre foi Pernambuco. Desde o início do século XIX, muitas famílias enviavam seus filhos para estudar em Recife. Esta influência fez com que, historicamente, a região participasse de movimentos importantes, como a Revolução Pernambucana, de 1817.

Com o suposto milagre em Juazeiro do Norte, surgiu o maior fenômeno de migração do interior do Nordeste. As primeiras romarias, em torno da beata, foram duramente combatidas pela Igreja, e o padre Cícero perdeu suas ordens. Sua estratégia foi direcionar a fé romeira à Nossa Senhora das Dores. Rapidamente, os fiéis começaram a migrar para a “Terra Santa”. Como cidade de “oração e trabalho”, Juazeiro cresceu nas mãos de ferreiros, artesãos, agricultores e comerciantes. Após a morte do santo popular, em 1934, contrariando a crença de intelectuais e da imprensa da época, a cidade cresceu e se tornou o que é hoje.

Foi a fé que moveu, por exemplo, o casal José Efigênio da Silva e Cordulina Maria da Conceição, deixando Maceió (AL), para tentar a sorte em Juazeiro do Norte. Os devotos chegaram a conhecer o sacerdote, mas mudança só aconteceu 10 anos após a morte de Padre Cícero. “De mala e cuia”, eles vieram a pé com seis filhos. As roupas, talheres e pequenos objetos foram trazidos no lombo de cavalo.

História de mestra
Entre os filhos estava Maria Margarida da Conceição, a mestra Margarida, reconhecida como Tesouro Vivo da Cultura Cearense. Com apenas nove anos, ela foi responsável por criar no quintal da sua casa, na Rua Todos os Santos, o Guerreiro Santa Joana D’arc, grupo de reisado formado, quase que exclusivamente, por mulheres. Até hoje, vários grupos do folguedo popular são “herdeiros” da cultura alagoana trazida pela brincante. Atualmente, é o Estado que leva maior número de romeiros a Juazeiro.

Aos 85 anos, mestra Margarida conta que nunca brincou de reisado na sua terra natal, mas ficava observando os grupos em seus barracões. “Mateu, palhaço, boi, jaraguá, zabelê, era uma porção de bichos”, lembra. Foi com a Mestra Cajuru que ela aprendeu a costurar as roupas usadas na brincadeira.

Após 15 dias da chegada a Juazeiro, decidiu “brincar de guerreiro”, como ela mesma chama, e tornou-se “mestre” com apenas nove anos. Conseguiu reunir 22 mulheres. Apenas os músicos, o mateu e o palhaço eram homens.

Ela formava um “cordão encarnado” e outro “cordão azul”, que eram as fileiras de brincantes, vestidas de saia vermelha, saia azul e blusas brancas. Na época, a terra do Padre Cícero também possuía outros grupos de tradição popular vindos de estados vizinhos e formava esta ebulição cultural. Desta mistura, ainda hoje, no Dia de Reis, 6 de janeiro, mais de 50 grupos colorem as ruas da cidade. Margarida é parte importante desta história.

Prosperidade
Acostumado com o frio da serra gaúcha, o empresário Valdenor Pereira Bueno, 43, deixou o Sul do País para se aventurar pelo Ceará. “Criado na roça”, trabalha no ramo de frutas e legumes desde criança. Da pequena cidade de Cacique Doble (RS), com cerca de 5 mil habitantes, teve que se adaptar a Juazeiro do Norte, 54 vezes maior, além do calor. “Quando desembarquei aqui parecia que estava num vulcão. Sofremos muito. Começamos a vida do zero”, recorda.

A “colônia gaúcha” cresceu no Cariri há alguns anos. Donos de restaurantes, indústrias e produções agrícolas, encontraram na terra do Padre Cícero uma alternativa econômica. Valdenor estima que são mais de 300 conterrâneos morando na terra do Padre Cícero. “Nunca passou por minha cabeça que viria para cá. A gente via pela televisão como uma região decadente, com falta de água, fome, mas é totalmente diferente quando se coloca os pés aqui”, diz.

Para matar a saudade do Rio Grande do Sul, os gaúchos celebram em Juazeiro do Norte, há quatro anos, a tradicional Semana Farroupilha, que inicialmente reuniu 80 conterrâneos.

Gaúchos que adotaram o Cariri Cearense mesclam a cultura local com a festa da Semana Farroupilha (Foto: Araújo)

Gradualmente, o evento foi crescendo e, na edição deste ano, realizada no mês passado, contou com cerca de 350 pessoas. A mistura entre as culturas dos pampas e a cearense estava na culinária, com o tradicional churrasco acompanhado do baião-de-dois, e também na música, colocando o “gaiteiro” no palco ao lado do músico caririense Fábio Carneirinho.

Valdenor, que não larga sua cuia de chimarrão, é sincero: “Sinto muita diferença no tempero daqui. Por isso não posso dizer que estou totalmente adaptado. Tem umas coisas muito boas, outras não. Aqui, se usa muito coentro, mas não consigo me acostumar. Lá, a gente usa salsinha”. Por outro lado, ele se apaixonou pela galinha caipira cearense.

No seu cotidiano, a cultura gaúcha está presente com a música gaúcha, o churrasco e as roupas típicas que costuma usar em certas ocasiões. As câmaras frias, onde armazena as frutas que distribui pela região, também deixam Valdenor mais “próximo” da temperatura de sua terra natal. Aliás, neste ramo, conseguiu ampliar de quatro para 70 distribuidores. Por isso, a estadia no Cariri deve ser mais longa.

Vivência
O professor André Moraes, 37, deixou Recife, em janeiro do ano passado para dar aula de Arquitetura. Financeiramente, a proposta era interessante. Apesar de morar no estado vizinho, o pouco que conhecia do Cariri era sobre o Padre Cícero. “Não tinha nenhuma referência”, admite. Ao atravessar o Pernambuco e chegar na Chapada do Araripe ficou surpreso. “Vi o cenário real de relação cidade/natureza. Acho muito forte. Essa Chapada meio que abraça todo mundo que chega”, define.

Sozinho em terra desconhecida, André se aproximou da cultura popular do bairro João Cabral. “Me encantei. Isso mostrou como estava afastado da cultura popular do Pernambuco, do frevo, maracatu, caboclinho. Sempre vivenciei, mas aqui senti a potência que era”, narra. A similaridade com sua terra natal está presente em uma das festas mais tradicionais do Cariri: o Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha.

Por Antonio Rodrigues

Fonte: Diário do Nordeste

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