Antes de ser preso em flagrante por manter a namorada de 22 anos em cárcere privado, em Juazeiro do Norte, um médico de 39 anos (identidade não revelada para preservar a vítima), teria ameaçado a própria família. Uma parente do suspeito revelou nas redes sociais que o médico mantinha comportamento agressivo dentro de casa.
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“Há muitos anos ele começou a fazer coisas graves dentro de casa. Ameaçou o pai, tentou nos matar. O pai botou ele para fora de casa. Na época, a mãe tentou ligar para alguns parentes e mandar ele para fora do Ceará”, contou a familiar, sobre o que presenciou.
Agora, ela considera que a família teve um livramento a partir do momento em que não conviveu mais com o médico. O homem, detido em flagrante no último dia 23 deste mês, já era réu no Judiciário cearense pelo crime de homicídio culposo, cometido enquanto estava na direção de um veículo automotor.
O cárcere privado
No dia 23 de janeiro, o médico foi preso por suspeita de agressão e cárcere privado contra a própria namorada. As agressões teriam durado 3 dias e a vítima teria perdido parte dos dentes da frente.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Polícia foi acionada pelas amigas da vítima, que pediu socorro por ser mantida presa em uma casa no bairro Planalto, em Juazeiro do Norte.
A série de violências contra a jovem começou em 21 de janeiro, em Fortaleza, quando o agressor pediu que a namorada, com quem estava há dois meses, fosse ao encontro dele. Ainda no fim de semana, o profissional de saúde levou a vítima de volta ao Cariri, em meio às agressões físicas e psicológicas.
Após ser acionada via Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), a PMCE foi ao local do cárcere privado em Juazeiro e encontrou a mulher com “sinais visíveis de agressões físicas”.
A vítima e o médico foram encaminhados à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde o homem foi autuado em flagrante por lesão corporal e cárcere privado.
Denunciado pelo MP
Já o caso relacionado a um crime no trânsito é do ano de 2011. Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o médico dirigia um veículo Chevrolet S10, em alta velocidade, que capotou na BR-116, entre os municípios cearenses de Brejo Santo e Milagres.
O fato registrado no dia 6 de março de 2011 causou a morte imediata de uma jovem, identificada como Rafaela Melo Rolim.
A vítima era namorada de um amigo do médico, que também estava no veículo, além de outro homem. O grupo estava em um sítio, onde acontecia uma festa, e teria ido à cidade de Brejo Santo para comprar bebidas alcoólicas. Na volta, ocorreu o acidente, segundo o MPCE.
Após a abordagem dos policiais foi constatado que o acusado não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e que estaria embriagado. Inclusive, apesar de não apreendidas, várias latas de cervejas e refrigerantes estariam dentro do veículo.”
A denúncia foi recebida pela 2ª Vara da Comarca de Brejo Santo, e o médico virou réu, em setembro de 2012. O Ministério Público do Ceará apresentou os Memoriais Finais no processo, em setembro de 2022, em que pediu a condenação do acusado pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, com o agravante de que ele não possuía permissão para dirigir ou Carteira de Habilitação.
A pena, para esse crime, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é de detenção de 2 a 4 anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
A defesa do médico ainda não apresentou os Memoriais Finais, no processo. Mas, na Defesa Prévia, o advogado alegou que os fatos “ocorreram de forma diversa do que fora relatado na denúncia”. A defesa alegou que o cliente não estava em alta velocidade e não havia ingerido bebida alcoólica e pediu pela absolvição do mesmo.
Fonte: Diário do Nordeste