O presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou sua visita oficial a China com poucos resultados concretos e nenhum grande negócio. Ele e o dirigente chinês Xi Jinping assinaram 11 atos de cooperação em diferentes áreas como energia, educação, ciência e agronegócio.
Mas apenas dois desses documentos vão resultar em aumento imediato das exportações: os protocolos sanitários para os embarques de farelo de algodão e carne termo processada (carne cozida congelada, enlatada e beef jerky).
Outros temas do setor agrícola também estavam em negociação pelas delegações brasileira e chinesa, mas ainda não foram solucionados: farelo de soja e frutas (melão brasileiro e pera chinesa).
O mais provável é que os protocolos sanitários desses outros produtos só sejam firmados no início de novembro, quando Xi estará em Brasília para o encontro dos Brics. O farelo de soja – um dos produtos de maior interesse do Brasil – é o assunto mais complicado. Segundo apurou a reportagem, o governo chinês está fazendo exigências superiores àquelas previstas na legislação brasileira em controles de insetos e pragas.
“Foi um bom resultado. Eu não tinha expectativa maior nem menor do que isso”, disse à reportagem a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A ministra também entregou ao governo chinês os documentos necessários para a habilitação de mais 22 plantas frigoríficas, o que deve ocorrer ao longo das próximas semanas. “Agora estabelecemos um canal direto”, afirmou.
Segundo fontes das diplomacias brasileira e chinesa, a visita foi organizada num prazo muito curto para os padrões chineses e a proximidade com a ida do dirigente máximo do partido chinês ao Brasil também acabou “dividindo os resultados”.
Fonte: Folhapress