Se a eleição fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 49% dos votos válidos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), 38%, segundo a pesquisa eleitoral Exame/Ideia, divulgada nesta quinta-feira (29). A projeção de voto válido não leva em conta brancos e nulos. Se um candidato atinge a marca de 50% mais um dos votos válidos, sai vitorioso em primeiro turno.
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Com a margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Lula tem entre 46% e 52%. Já Bolsonaro oscila entre 35% e 41%. Atrás dos dois aparece Ciro Gomes (PDT), com 7% – tem entre 4% e 10% -, e Simone Tebet (MDB), com 5% – oscila entre 2% e 8%. Os outros candidatos juntos somam 1%.
Entre os entrevistados, 63% dizem que preferem que a eleição presidencial termine no primeiro turno, 17% dizem que gostariam de uma segunda etapa da eleição, e 20% não concordam nem discordam.
Para a pesquisa, foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 23 e 28 de setembro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. O nível de confiança de 95%. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09782/2022.
Primeiro turno estimulado, com brancos e nulos
Na simulação de primeiro turno, considerando os brancos e nulos, Lula aparece com 47% das intenções de voto, três a mais que na pesquisa feita há um mês. Bolsonaro cresceu um ponto, e tem 37%. Ciro caiu três pontos, e aparece com 6%. Tebet oscilou um ponto para cima, ficando com 5%. Os brancos e nulos são 4% dos que responderam a pesquisa, e em agosto eram 5%.
Levando em conta a série histórica, é o maior número de intenções de voto de primeiro turno que o petista tem desde que sondagem começou a ser feita. A distância entre Lula e Bolsonaro, que era de 8 pontos na pesquisa feita há um mês, agora é de 10 pontos percentuais.
Crescimento de Lula no Sudeste
Os números por região mostram que Lula ganhou terreno entre os eleitores do Sudeste. Para Maurício Moura, proporcionalmente é onde há um maior número de indecisos, grupo que o petista tem se saído melhor ao tentar dialogar.
Na sondagem feita em agosto, Lula tinha 34% das intenções de voto, e agora aparece com 46% entre os eleitores do Sudeste, um crescimento de 12 pontos. Bolsonaro perdeu intenções de voto, saindo de 46% para 43%. O cenário atual é considerado empate técnico por estar dentro da margem de erro, de seis pontos percentuais, nos estratos de grupos da pesquisa quando analisados por região.
No restante das regiões, Lula tem ampla vantagem em uma: o Nordeste. Bolsonaro aparece à frente no Sul e no Centro-Oeste. No Norte o cenário é o mesmo do Sudeste, com empate técnico.
“Ao ver o mapa das intenções de voto nas regiões, é curioso notar que ele é bem similar ao de 2018. A diferença é justamente no Sudeste, que vai definir a eleição. Há quatro anos, o presidente venceu em Minas Gerais e em São Paulo. Agora, tudo mostra que Lula deve sair vitorioso nesses dois estados”, afirma Moura.
De acordo com a pesquisa feita no dia 22 de setembro, apenas com eleitores de São Paulo, Lula tem 40% das intenções de voto, e Bolsonaro, 37%. Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 5%. Felipe D’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (União Brasil) têm 1% das intenções de voto cada, em SP.
Segundo turno
A pesquisa também fez cinco cenários de segundo turno. Lula lidera em todas as simulações, com mais de 50% das intenções de voto. Bolsonaro também aparece em vantagem – menos na disputa contra Lula – sendo a mais apertada em um confronto com Ciro Gomes (41% X 35%).
Avaliação de governo
Com impacto direto nas intenções de voto do presidente Bolsonaro, a avaliação de governo é um termômetro do sentimento dos eleitores. Entre os entrevistados, 46% avaliam o governo como ruim ou péssimo, 35% consideram ótimo ou bom, e 18%, regular. Na série histórica, a desaprovação não é a pior do mandato do presidente – já chegou a 57% em julho de 2021 – mas é a mais alta entre os que tentaram a reeleição.
Em outra pergunta que mede a aprovação do nome do presidente Bolsonaro, 51% dizem que ele não merece ser reeleito, 44% avaliam que sim, e 6% não sabem.
“Jair Bolsonaro vai para esta eleição como pior presidente avaliado desde a redemocratização. Todos os pares que tentaram a reeleição chegaram com popularidade majoritariamente alta. É uma novidade eleitoral no Brasil ter um incumbente em um cenário tão frágil de primeiro turno”, diz o fundador do Ideia, Maurício Moura.
Fonte: Exame