A morte de uma mulher de 34 anos em decorrência de uma descarga elétrica na zona rural do município de Sobral, no interior do Ceará, na tarde de domingo (13), reacendeu o debate sobre as condições de instalações elétricas nos municípios cearenses. No ano passado, 38 pessoas perderam a vida em decorrência de choques elétricos no Estado e, das regiões do País, o Nordeste é a que mais registra casos de mortes, 42% do total.
As informações são do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica, divulgado neste ano, pela Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos de Eletricidade (Abracopel). Segundo o relatório, a maioria dos incidentes são causados pelo desconhecimento dos riscos que a eletricidade oferece e por instalações velhas, fora dos padrões adequados, ou realizadas por profissionais não qualificados.
Cuidados
Segundo engenheiro eletricista, Igor Holanda, é preciso tomar os cuidados necessários na hora de fazer a instalação elétrica. Ele explica que o aterramento elétrico e o uso de dispositivo Diferencial Residual (DR), que detecta fugas de corrente na instalação, são extremamente importantes para a garantia de segurança. Por Lei, a instalação do DR é obrigatória nas áreas residenciais que contam com a utilização constante de água, as chamadas áreas molhadas.
O engenheiro explica como os dois processos podem evitar eventuais incidentes. “O aterramento faz com que, havendo uma falha no equipamento, a energia vá para a Terra. Já o DR monitora a corrente nos condutores (fase e neutro). A corrente que passa na fase deve ser igual à corrente que passa no neutro. Havendo uma diferença, o equipamento interpreta como uma fuga e atua desligando o circuito elétrico”, explica.
Ainda segundo ele, não basta apenas utilizar as tomadas de três pinos. A instalação como um todo precisa ter o aterramento. Neste modelo de tomada, segundo o engenheiro eletricista, “o terceiro pino serve para dar aterramento aos aparelhos que alimenta”.
Brasil
No cenário nacional, a situação se mostra também preocupante – foram 622 mortes ocasionadas por choques elétricos. Do total de incidentes registrados, os choques lideram o ranking. Em 2018, foram 836 registros, seguidos pelos incêndios por sobrecarga (537) e os acidentes por descargas atmosféricas (51). O desconhecimento dos riscos que a eletricidade oferece é um dos principais fatores.
Fonte: Diário do Nordeste