Beber água é importante e faz muito bem à saúde. Além de nos hidratar, o líquido, tratado, sem cor nem gosto nem cheiro, regula a temperatura corpórea, ajuda a transportar oxigênio e absorver nutrientes, mantém e melhora o funcionamento de órgãos e articulações.
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Mas, é preciso saber consumi-lo do jeito certo. Do contrário, em vez de benefícios, podem é aparecer problemas no organismo. A seguir, uma lista médica do que é preciso tomar cuidado:
Beber água extremamente gelada
Pode ser refrescante tomá-la sob mais de 30ºC, mas, com o corpo superquente, há risco de choque térmico no sistema digestivo, que é sentido com espasmos dolorosos no esôfago e paragem momentânea do funcionamento do estômago.
Quem é hipersensível pode ter redução de batimentos, queda de pressão, tontura e mal-estar. Água gelada ainda pode cursar com sensibilidade nos dentes e facilitar e piorar quadros de rouquidão, amigdalite e faringite.
Beber água mal armazenada
Água mantida em garrafas já abertas, levadas à boca e esquecidas por mais de três horas dentro de carro ou mesa do trabalho, não é segura. Há risco de contaminação por bactérias e crescimento de algas e fungos quando exposta a calor e luz solar.
Por isso, também não tome nem compre água de procedência duvidosa. Escolha embalagens de marcas conhecidas e livres de BPA (bisfenol-A), composto tóxico usado em plásticos e identificado pelos números 3 e 7.
Beber água diretamente de rios
É tentador se deparar com uma cachoeira ou riacho no meio de uma trilha na mata, mas, embora essa água possa parecer muito limpa e até cristalina, não é recomendável bebê-la. O motivo? Como não é tratada, você pode se contaminar por dejetos, substâncias químicas, microrganismos e sofrer desde vômitos e diarreias a outras complicações mais sérias, como hepatite, febre tifoide e infecções por vermes que afetam músculos, cérebro e outros tecidos.
Beber água ‘saborizada’ passada
Tem gente que para conferir sabor à água adiciona pedaços crus de frutas, especiarias e legumes. Até aí legal, pois essas receitas até ajudam a estimular o consumo do líquido e obter nutrientes. O lado ruim é que, sem cuidados, facilitam contaminações e intoxicações alimentares leves. Por isso, os ingredientes devem ser muito bem higienizados, frescos e, por serem perecíveis, consumidos e descartados, assim como a água, até o fim do dia do preparo.
Beber muita água de uma vez só
Hidrate-se, mas não precisa ser de cinco em cinco minutos ou com um único e longo gole de água. Tomar mais que 1 litro por hora pode sobrecarregar os rins, causar distensão abdominal e até hiponatremia, uma intoxicação hídrica caracterizada por dor de cabeça, enjoo e câimbras. Ela ocorre quando os eletrólitos e o sódio presente no sangue se diluem e ficam abaixo do nível ideal. Se ocorrer durante treinos, com a perda de suor, pode gerar convulsões e matar.
Beber água enquanto come
Misturar as refeições com água —o que também vale para suco, refrigerante e álcool— não é saudável. A começar pela boca, durante a mastigação, esse hábito prejudica a trituração da comida e facilita engasgos. No estômago, o líquido atrapalha a digestão (causa azia, inchaços e flatulência), como a absorção de vitaminas e minerais e a sensação de saciedade. E, ao “enganar” o estômago, o consumo de alimentos aumenta e o ganho de peso também.
Beber água durante o sono
Despertar para isso e ir ao banheiro repercute em insônia e, no dia seguinte, cansaço, falta de concentração, dor de cabeça e irritabilidade. Fora que, durante o sono, os órgãos se lentificam, assim como a digestão e a filtragem dos rins, podendo aumentar as toxinas no organismo.
Para evitar a sede noturna, hidrate-se durante o dia, evite consumir álcool e alimentos salgados e picantes antes de se deitar e consulte um médico para investigar outras possíveis causas.
Beber pouca água com comprimido
Para fazer o remédio descer até o estômago e, em alguns casos, não grudar, se dissolver e “queimar” as mucosas da faringe e do esôfago, nada de beber só um golinho. Tome junto cerca de 200 ml de água, o que dá um copo cheio. Mas não precisa virá-lo goela abaixo, beba aos pouquinhos e, de preferência, em pé. E nada de ingerir água com conteúdo dissolvido de cápsulas ou pílulas trituradas. Ajuda na deglutição, mas pode fazer mal e afetar a absorção.
Beber água de ponta-cabeça
Essa é uma tática comumente adotada para frear crises de soluço, mas desaconselhada. É que se por um lado a água, sobretudo fria, interage com o sistema nervoso, causando alterações que relaxam o diafragma, por outro, ingerida de ponta-cabeça, pode facilitar acidentes potencialmente perigosos. Existe o risco de engasgo e aspiração do líquido para dentro dos pulmões.
Beber água sem se conhecer
Sabe aquela regra de tomar 2 litros de água por dia? Pois não siga literalmente. Atualmente, a recomendação é consumir uma quantia compatível individualmente com peso, idade, clima, estilo de vida e que se oriente pela cor da urina, que deve se manter clarinha ou transparente. Mas vale tomar, em média, 35 ml de água por quilo. Assim, alguém saudável e que pesa 70 kg, requer cerca de 2,4 litros de água ao dia. Chás e sucos também compõem o resultado da conta.
Fontes consultadas: Débora Palos, nutricionista da clínica Dra. Maria Fernanda Barca (SP); Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição (SP) e pós-graduada em nutrição clínica esportiva e vigilância sanitária; Gabriella Cilla, gastróloga e nutricionista clínica, funcional e esportiva da NutriCilla (SP); Marcelo Sampaio, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Marcos Moura, dentista de Maceió e membro da ABHA (Associação Brasileira de Halitose).
Fonte: VivaBem/UOL