Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, relataram na semana passada um caso de um paciente que está infectado com o coronavírus há 471 dias (equivalente a 1 ano, 3 meses e 16 dias).
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O caso foi descrito em uma pesquisa em versão prévia, que ainda não foi revisada por outros cientistas nem publicada em revista.
Segundo o artigo, várias mutações do coronavírus estão ocorrendo dentro do corpo do paciente – que tem câncer. E não é só: essas mudanças estão ocorrendo em uma velocidade duas vezes mais rápida que a vista globalmente.
“Durante a infecção, encontramos uma taxa evolutiva acelerada do vírus, que se traduz em 35 substituições de nucleotídeos por ano, aproximadamente duas vezes maior que a taxa evolutiva global do Sars-CoV-2”, escrevem os pesquisadores, que são da Escola de Saúde Pública de Yale.
As mutações que o vírus sofreu dentro do corpo levaram ao surgimento de pelo menos três variantes diferentes dentro do paciente, que continuam coexistindo dentro dele. Ainda segundo a pesquisa, os vírus continuam infecciosos e o paciente tem alta carga viral, mas não teve sintomas da doença.
As infecções prolongadas pelo coronavírus são mais comuns em pessoas com câncer, vivendo com HIV avançado, que passaram por um transplante ou que têm problemas renais ou autoimunes.
“Nossas descobertas demonstram que infecções crônicas não tratadas aceleram a evolução do Sars-CoV-2, proporcionando oportunidade para o surgimento de variantes geneticamente divergentes e potencialmente altamente transmissíveis, como visto com delta e ômicron”, dizem.
Segundo o estudo, as diferentes variantes do vírus apareceram em momentos distintos: nos três primeiros meses após o primeiro diagnóstico e, também, depois de quase dez meses, “sugerindo que múltiplas novas variantes podem surgir simultaneamente e potencialmente se espalhar” da mesma pessoa.
Isso significa dizer que, se uma pessoa tem uma infecção crônica pelo coronavírus, novas variantes podem surgir dentro dela, ela pode infectar outras e, assim, causar novos surtos da Covid-19.
“Isso pode ser especialmente problemático, pois muitas infecções crônicas, como foi o caso desse paciente, permanecem assintomáticas para Covid-19, e [os pacientes] podem se sentir bem o suficiente para retomar interações regulares com outras pessoas”, apontam.
Fonte: g1