O anúncio de novos reajustes na gasolina e no óleo diesel foi alvo nesta sexta-feira (17) de manifestação do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência nas eleições de 2022.
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Pela manhã, a estatal informou que o preço médio da gasolina nas refinarias será reajustado em 5,2% a partir deste sábado (18), e o valor do diesel, em 14,3%.
À frente nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para criticar Bolsonaro e contestar a atual política de preços da Petrobras.
“Ele [Bolsonaro] inventou que a solução é reduzir o ICMS, mas tudo que ele vai fazer é diminuir o dinheiro da educação e da saúde nos estados”, escreveu Lula, em uma referência à intenção do governo de conter o peso do imposto sobre os combustíveis.
“A gente já provou que é possível lucrar com a Petrobras, vendendo a gasolina com o preço em real. Por que depois que viramos autossuficientes em petróleo começamos a importar? Por que impor um preço internacional a um produto nacional? Isso é perda de soberania”, continuou o petista.
A atual política de preços da companhia acompanha a variação do petróleo e da taxa de câmbio. Especialistas, contudo, dizem que os aumentos anunciados nesta sexta ainda não foram suficientes para zerar a defasagem frente a cotações internacionais.
Bolsonaro, por sua vez, chamou os reajustes da gasolina e do diesel de “traição com o povo brasileiro”. Ele afirmou que está articulando com a cúpula da Câmara dos Deputados a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a direção da Petrobras.
“Conversei agora há pouco com o Arthur Lira (PP-AL), ele está neste momento reunido com líderes partidários. A ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras [José Mauro Ferreira Coelho], os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal”, declarou Bolsonaro, durante entrevista a uma rede no Rio Grande do Norte.
Antes do anúncio da estatal, ele escreveu nas redes sociais que a companhia “pode mergulhar o Brasil num caos”. “Seu presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, emendou.
A Petrobras argumenta que valores abaixo dos praticados no cenário internacional criam risco ao abastecimento de diesel no país, já que cerca de 25% do mercado é suprido por produto importado.
“É importante reforçar que a Petrobras é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”, disse a estatal nesta sexta.
“Nesse sentido, a companhia tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, acrescentou.
A carestia dos combustíveis virou dor de cabeça para Bolsonaro às vésperas das eleições. A inflação de produtos como a gasolina e o diesel é vista por membros da campanha do presidente como principal obstáculo para reeleição.
Às vésperas das eleições, o Congresso concluiu a votação de um projeto de lei que estabelece um teto para alíquotas do ICMS sobre combustíveis, uma das apostas do Palácio do Planalto.
Na próxima semana, os parlamentares também devem debater a chamada PEC dos Combustíveis. A proposta autoriza o governo a zerar tributos federais sobre a gasolina e compensar estados que decidam reduzir o ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha.
*Com informações de Folhapress