No Ceará, ao todo, desde janeiro do ano passado, 21,7 milhões de doses de vacinas da Covid foram distribuídas para os municípios. Dessas cerca de 20 milhões foram aplicadas. Outras 54,5 mil unidades dos imunizantes foram perdidas. No geral, no Estado, o índice de perdas, felizmente, é pequeno. Representa 0,25% do total.
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Mas, centenas dessas doses poderiam ter sido aproveitadas se tivessem sido utilizadas antes da validade vencer. Esse é o principal motivos de perdas de vacinas no Estado.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), as perdas físicas representam 99% do total de desperdícios. E, desse quantitativo, 65,14% (35.510) foram ocasionadas por vencimento da validade.
As perdas das doses dos imunizantes podem ser físicas ou técnicas.
Na prática, a perda técnica é aquela que ocorre com o frasco aberto – por exemplo, no uso de vidros com múltiplas doses que, após abertos, a substância não é utilizada integralmente.
Já a perda física acontece com o frasco fechado e pode ser a quebra do recipiente, a validade vencida ou a exposição das doses fora da temperatura adequada.
Das 54.512 doses perdidas, os motivos são os seguintes:
• 35.510 doses: vencimento da validade (conforme a data estipulada pelo laboratório ou, no caso da Pfizer, por alcance da temperatura positiva)
• 18.424 doses: descarte devido alteração de temperatura:
• 26 doses: quebra de frascos
• 552 doses: perdas técnicas (como a aberta de fracos e o não uso integral do imunizante)
Risco de vencimento da validade
Fortaleza é uma das cidades que tem sofrido com o risco de perdas de doses da vacina em estoque devido ao não comparecimento de parte da população.
Na Capital há 300 mil doses de imunizantes contra Covid-19 com vencimento até o mês de julho. E em paralelo há 865 mil pessoas com alguma dose atrasada na Capital.
Para evitar as perdas dos imunizantes, a gestão municipal informou que decidiu utilizar terceiras doses como D4 e vem ampliando os públicos convocados. Na semana passada, a Prefeitura já havia informado que tem em estoque 55 mil doses da Pfizer pediátrica, nas quais a validade é entre 8 de junho e 31 de julho.
O comparecimento da população para completar o ciclo vacinal é fundamental para evitar desperdícios e garantir a elevação dos índices de proteção.
Segundo a Sesa, no caso da vacina do laboratório Pfizer, na qual o vencimento ocorre após 31 dias da temperatura positiva alcançada, é preciso que as cidades elaborem estratégias de vacinação que minimizem essas perdas.
Outro ponto de atenção, destaca a Sesa, são “as alterações de temperatura a que, muitas vezes, os imunobiológicos se submetem, com as frequentes quedas de energia nas suas redes de frio”.
Cálculo de aproveitamento das doses
No Brasil, cada processo de vacinação tem um cálculo específico sobre as possíveis perdas vacinais. Na campanha contra a Covid, apesar das 54,5 mil doses perdidas, o índice proporcional no Estado está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, segundo a Sesa.
O Ministério considera razoável até 10% de perdas e por isso na distribuição há a chamada reserva técnica. Todas as baixas devem ser comunicadas oficialmente pelos municípios ao Ministério da Saúde por meio dos sistemas de registro da vacinação.
No início da campanha de vacinação da Covid, o Plano Nacional de Imunização contra a Covid chegou a considerar a perda de 5%. Mas, no decorrer da campanha o Ministério ampliou a taxa para 10%.
Por Thatiany Nascimento
Fonte: Diário do Nordeste