Desde o início deste ano, o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, registra altos índices de atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito. De janeiro a abril de 2022, já foram contabilizadas 1.562 assistências no equipamento – um aumento de, aproximadamente, 80% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Cerca de 41% dos acidentes envolvem motociclistas, em sua maioria do sexo masculino (67%) e em faixa etária economicamente ativa, de 22 a 40 anos de idade (43%). Ocorrências com carros (2%) e bicicletas (2%) aparecem em seguida. Somente em abril, foram 13 acidentes envolvendo bicicletas, mais do que o registrado nos três meses anteriores, quando se somaram 12 ocorrências. O levantamento é realizado com base nas informações repassadas por pacientes ou familiares ao darem entrada na unidade hospitalar, ou seja, pode haver subnotificação.
De acordo com o coordenador do setor de Traumato-ortopedia, Frederico Alencar, além do número de acidentados ser alto, eles ainda demandam mais tempo de tratamento por causa da gravidade dos ferimentos. O ortopedista destaca que “a grande maioria dos acidentados apresenta lesões de membros inferiores, traumas torácico e craniano”. “Muitos dos traumas com fraturas de fêmur, tíbia e bacia apresentam longo tempo de recuperação, desde a realização da cirurgia até processo completo de reabilitação fisioterápica, durando de seis a oito meses, por exemplo”, afirma o especialista, reforçando a necessidade do uso de capacetes, muitas vezes negligenciados, pelos condutores.
Protocolo de trauma
Por ser referência em trauma, o HRC recebe muitas vítimas de acidentes de trânsito. Por isso, há um protocolo exclusivo direcionado para o atendimento desses pacientes.
Diante de uma pessoa que apresenta risco de morte, por exemplo, uma sirene soa em ambientes estratégicos do hospital, fazendo com que as equipes do Centro Cirúrgico, de exames de imagem, da agência transfusional e de outros setores estejam prontos em até 15 minutos para prestar o socorro necessário. Cada caso é avaliado segundo o Sistema de Triagem de Manchester (STM), que estabelece as prioridades clínicas antes do atendimento médico.
Maio Amarelo
O movimento Maio Amarelo foi motivado pela proposta da Organização das Nações Unidades (ONU) em 11 de maio de 2011, quando decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. A cor amarela foi escolhida por ser a que remete à advertência no tráfego. A intenção é alertar o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada sobre a responsabilidade de todos por um trânsito mais seguro.