Cientistas identificaram pela primeira vez no Brasil o genótipo cosmopolita do sorotipo 2 do vírus da dengue. A linhagem, a mais disseminada no mundo — presente na Ásia, no Oriente Médio e na África —, nunca havia sido encontrada no território brasileiro.
Curta e siga nossas redes sociais:
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
O genótipo foi identificado em Aparecida de Goiânia (GO). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (5) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A detecção do genótipo da dengue foi liderada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO) e ocorreu em fevereiro a partir de amostra de um caso de dengue do fim de novembro de 2021.
A Fiocruz indica que, para os pesquisadores, a chegada dessa cepa ao Brasil preocupa, porque existe a possibilidade de ela se disseminar de forma mais eficiente do que a linhagem asiático-americana, também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2, que circula no País.
A linhagem, no entanto, ainda de acordo com a equipe, não é a responsável pelo surto de dengue em Goiás, e tudo indica que ela foi identificada rapidamente, o que pode ajudar no controle da cepa.
Origem do genótipo
O achado representa o segundo registro oficial desse genótipo nas Américas, após um surto no Peru, em 2019. As análises feitas no Brasil mostram que a linhagem encontrada é semelhante a dois microrganismos isolados durante o surto registrado na província de Madre de Dios, no Peru.
Porém, ainda não é possível dizer que o genótipo cosmopolita foi introduzido no Brasil a partir do país vizinho. A suspeita é que tenha chegado a partir da Ásia, por viagens intercontinentais.
Segundo a Fiocruz, as secretarias municipal e estadual de Saúde e o Ministério da Saúde foram comunicados. Os pesquisadores publicaram um artigo na plataforma de pré-print medRxiv.
Combate à dengue
Os pesquisadores ressaltam que, entre as principais ações para conter a disseminação da dengue, está a eliminação de depósitos de água parada, que podem se tornar criadouros do mosquito aedes aegypti, transmissor da doença.
Além das ações de combate à dengue, os pesquisadores enfatizam a importância de intensificar a vigilância genômica do agravo para mapear a possível circulação da linhagem cosmopolita e compreender melhor as rotas de introdução do vírus no País.
Fonte: Agência Brasil