O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou no domingo (17) o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), instaurado em fevereiro de 2020. A decisão vai na contramão do que disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) na última semana. No dia 13 de abril, a OMS determinou que a pandemia de Covid-19 continua a ser uma “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional”. Na prática, isso significa que a doença continua a ser uma pandemia.
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A decisão, do diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguiu o parecer do comitê de emergências da entidade. O comitê reconheceu que o Sars-CoV-2, causador da Covid, continua a ter uma evolução “imprevisível, agravada pela sua ampla circulação e intensa transmissão em humanos” e em outras espécies.
Nesse contexto, os especialistas consideraram com preocupação o fato de que alguns países-membros relaxaram medidas de comportamento e saúde pública para diminuir a transmissão do vírus.
Além disso, considerou o comitê, o vírus continua a causar altos níveis de morbidade e mortalidade, particularmente entre populações vulneráveis.
Diretrizes da OMS
A OMS também emitiu uma nova recomendação temporária para países-membros – de fortalecer a resposta à pandemia de Covid-19, “atualizando os planos nacionais de preparação e resposta de acordo com as prioridades e cenários potenciais descritos no Plano Estratégico de Preparação e Resposta da OMS para 2022”.
Outras diretrizes anteriores foram atualizadas, conforme a orientação do comitê. O órgão reforçou, por exemplo, o impacto negativo que os requisitos de vacinação de cada país pode ter sobre a entrada de viajantes internacionais em seus territórios. A OMS já havia se manifestado contra a comprovação de vacinação em viagens internacionais.
Já a meta de vacinar 70% das populações de todos os países do mundo até julho deste ano foi mantida. Até agora, 64 países já cumpriram a meta, segundo o monitoramento “Our World in Data”, ligado à Universidade de Oxford; o Brasil está entre eles. Por outro lado, um levantamento divulgado na última semana pela própria OMS apontou que 21 países não vacinaram nem sequer 10% de suas populações.
Entenda o que é a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional
O estado de “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional”, também chamado Espin, é considerado o nível máximo de risco da doença no Brasil.
Ele entrou em vigor em fevereiro de 2020, poucos dias depois de a OMS declarar emergência internacional de saúde pública.
A norma permitiu que o governo federal e os governos estaduais e municipais tomassem uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e a autorização emergencial para vacinas.
Brasil contabiliza 66 mortes e 8,4 mil casos de Covid-19 em 24h
Segundo o painel atualizado diariamente pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Brasil registrou nesta segunda-feira 8.470 novas infecções por Covid-19, e 66 mortes.
Os números elevaram o total de casos confirmados para 30.261.088, e o de óbitos confirmados para 662.026 desde fevereiro de 2020, quando a pandemia chegou ao país.
A média móvel de casos, de 14.269, é 32% menor que a registrada na última segunda-feira (11), de 21.201.
Na média móvel de mortes, que está em 100, a queda foi de 31% – na semana passada, era de 145.
Pandemia no Brasil
Nesta segunda-feira, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que a vacina CoronaVac deve ser usada apenas na faixa etária de 5 a 18 anos. Ele argumentou que em países desenvolvidos o imunizante não é usado em esquemas primários de vacinação, ou seja, nas duas primeiras doses.
O ministro também declarou o fim do estado de emergência em saúde pública de importância nacional para Covid-19 no Brasil, reiterando, no entanto, que as políticas de saúde não seriam interrompidas.
“A Covid não acabou, nem vai acabar, pelo menos nos próximos tempos. E precisamos conviver com essa doença e com esse vírus. Felizmente parece que o vírus tem perdido a força, a letalidade. E cada dia vislumbramos um período pós pandêmico. É o que pensamos”, disse.
Fonte: g1 (Com informações de iG)