Em janeiro de 2018, a nossa equipe do Diário do Nordeste mostrou a situação de uma quadra poliesportiva inacabada no distrito de Monte Alverne, em Crato. Orçada em cerca de meio milhão de reais, sua construção começou em junho de 2013 e deveria ter sido concluída em até 150 dias. Porém, de lá para cá, depois de paralisações e algumas retomadas, o equipamento voltou ao estado de abandono há quase um ano.
A última paralisação aconteceu no final ano passado. Até fevereiro de 2018, a obra tinha 42,95% de avanço físico e, hoje, alcança mais 80%, segundo a Secretaria de Educação de Crato. De lá para cá, as grades que fazem a cobertura da quadra foram colocadas e o piso refeito. Por outro lado, o mato voltou a tomar de conta do entorno da obra. Os vestiários estão abertos, sem nenhuma fiscalização, servindo de “banheiro público” para quem trânsita.
Enquanto isso, as crianças do distrito percorrem mais de dois quilômetros para praticar futebol ou improvisam uma trave e jogam na própria quadra, mesmo sem estar concluída. A reivindicação é antiga, já que a quadra atenderia várias comunidades, além do próprio Monte Alverne, que possui cerca de 2.382 habitantes, segundo o censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A agricultora Maria Ana da Silva, reconhece que a quadra serviria muito para a comunidade, que possui duas escolas, uma de Educação Infantil e outra de Ensino Fundamental. “Além de tirar os jovens dessas bebedeiras, ali, também poderia ter feiras, eventos”, acredita.
A construção do equipamento veio com recurso federal, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A secretária de Educação de Crato, Germana Brito, explica que esta obra faz parte da Portaria 348/2016, do Ministério do Planejamento, que determina que as obras não concluídas até dezembro de 2018 sejam canceladas, porém, “saiu uma nova Portaria (350/2019) que coloca que as prefeituras podem requerer que as obras sejam retomadas. Então, nós já fizemos todos processo de retomada dessa obra mas o FNDE ainda não deu nenhuma posição em relação ao desbloqueio (deste recurso”, acrescenta.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste