Fazer uso contínuo de medicamentos para disfunção erétil, como Viagra, Cialis, Levitra e Stendra, pode aumentar em 85% o risco de doenças oculares graves. A conclusão faz parte de um estudo da UBC (Universidade Britânica Columbia), do Canadá, publicado na revista científica JAMA Ophthalmology.
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Relatos sobre problemas de visão causados por esse tipo de remédio já haviam aparecido no periódico anteriormente. Desta vez, os pesquisadores analisaram registros de planos de saúde de 213 mil homens nos Estados Unidos que não haviam apresentado problemas de visão um ano antes de usarem regularmente remédios para disfunção erétil, e fizeram um estudo comparativo.
No levantamento, descobriram que o risco para descolamento de retina aumentou 2,5 vezes, para oclusão venosa da retina (OVR), 1,4 vezes, e para neuropatia óptica isquêmica (NOI), 2,2 vezes. As duas últimas condições acontecem quando há obstrução do sistema circulatório ocular. Na análise, os pesquisadores levaram em conta condições de saúde como hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana, que influenciam o desenvolvimento das condições oculares encontradas.
Qual a relação?
“Esses medicamentos tratam a disfunção erétil melhorando o fluxo sanguíneo na região, mas sabemos que podem dificultar o fluxo de sangue em outras partes do corpo”, afirma Mahyar Etminan, professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da faculdade de medicina da UBC.
Etminan afirma que, embora o estudo não prove uma relação de causa e efeito, existe um mecanismo pelo qual esse tipo de remédio pode levar a tais problemas oculares. “As evidências apontam para um vínculo forte”, diz. Apesar das condições oculares encontradas serem consideradas raras, nos EUA, são feitas cerca de 20 milhões de prescrições de remédios para disfunção erétil mensalmente, segundo dados de 2020, o que significa que um número significativo de pessoas pode ser afetado.
“Pessoas que fazem uso regular desse tipo de medicamento e percebem qualquer alteração na visão devem levar isso a sério e procurar um médico”, aconselha Etminan.
Fonte: VivaBem/UOL