“O dia 5 de abril de 2022 vai ficar marcado pra sempre na história da minha vida. O dia em que uma parte da minha irmã me fez renascer”. Assim, a jornalista Marina Alves compartilhou com os seguidores a realização do sonhado transplante de medula óssea, que aconteceu na tarde desta terça-feira (5).
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Marina foi diagnosticada com linfoma, tipo raro de câncer, em agosto de 2021. Durante a campanha para encontrar um doador compatível, descobriu a existência de uma irmã, Lumara Sousa, que doou o material genético.
“Eu esperei exatos 223 dias por esse momento. Parece muito. Mas hoje entendo que o tempo de Deus não é igual ao nosso. Agora, com células novas correndo pelo corpo, olho para trás e percebo como Ele me fez de instrumento para ajudar pessoas que precisavam de sangue, plaquetas e um doador de medula compatível. Vejo o quanto a minha fé foi posta à prova, e o quanto Ele me ama”, celebrou a jornalista da TV Verdes Mares.
Na foto publicada, ela aparece ao lado da irmã, no hospital em que está internada, em Fortaleza.
Irmãs
Doadora, Lumara está internada na unidade hospitalar desde o último domingo (3), e vinha sendo submetida a um tratamento para aumentar a produção do material genético.
“Ontem foi o meu grande dia, que foi o dia da coleta, e hoje é o grande dia da Marina. Meu coração está muito grato a Deus por tudo que está acontecendo e estou pedindo a cada dia para Ele continuar abençoando. Agora é torcer para dar tudo certo.”
Lumara Sousa, técnica de enfermagem
As duas estão no mesmo hospital, mas não tinham tido contato pessoalmente devido aos protocolos que envolvem o procedimento. A técnica de enfermagem deve receber alta na quarta-feira (6).
Como funciona o transplante de medula
O transplante de medula óssea é realizado como uma transfusão de sangue, esclareceu o hematologista Paulo Roberto Souza, que acompanha Marina Alves.
“Transplante de medula óssea é muito mais como se o paciente recebesse uma transfusão de sangue, do que como se o paciente a recebesse durante uma cirurgia. Na verdade, o ato do recebimento das células do doador, que é o transplante em si, o paciente recebe pela veia, através de um cateter.”
Paulo Roberto Souza, hematologista
Atualmente, o linfoma da jornalista está em estado de remissão — não é detectado em exames —, no entanto, como explicou o especialista, as estatísticas demonstram, que devido à gravidade do tipo da doença, os pacientes que receberam uma nova medula têm mais chances de cura a longo prazo.
“É necessário, no caso da Marina, haver um transplante porque o tipo de linfoma que ela tem é considerado bastante agressivo. Se a gente não fizesse o transplante, haveria um risco maior da doença voltar, do que ela não voltar.”
Paulo Roberto Souza, hematologista
Acompanhamento pós-transplante
Marina continuará no hospital por alguns dias, período em que os profissionais de saúde devem analisar se a nova medula foi integrada ao corpo da paciente. Com a evolução positiva do caso, ela poderá retornar para casa, mas, por pelo menos um ano após o procedimento, terá que ser acompanhada de perto pelos médicos e usar medicação específica.
“Como ela está recebendo material genético de outra pessoa, apesar da compatibilidade que foi detectada e que permitiu o transplante, Marina precisará usar medicações imunossupressoras, por cerca de 12 meses. Essas substâncias visam que o corpo dela e as células novas entrem em equilíbrio, para que nenhum rejeite o outro”, explicou o médico.
Fonte: Diário do Nordeste