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Estórias e a História – Por Sandro Leonel

Colunista escreve semanalmente neste espaço, sempre aos sábados

28 de setembro de 2019
Estórias e a História – Por Sandro Leonel

(Foto: Antonio Rodrigues)

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Domingo, dia 22 de setembro de 2019, foi celebrada a vigésima romaria do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto. É atiçador perceber que existe um grupo, mesmo que pequeno de pessoas em rastreio sobre o que circunda a História do Caldeirão. É de se salientar que grande parte dos participantes nem sabem e nem desejam saber do que se trata a simbologia da comunidade. É perceptível que na nossa aldrabice o sagrado sempre foi acompanhado do profano, basta ficar no pós missa campal. A bebedeira, a profanação dos símbolos e a depravação de quem acabara de participar de um ato litúrgico. Continuam com a mesma postura dos depreciadores da vivência da comunidade. Ficar para observar o comportamento nefasto e arrogante dessa gama desinformada e pautada no coronelato de tempos atrás é perceber que pouca coisa mudou.

O Caldeirão representou a última tentativa de uma comunidade camponesa de cunho religioso nos sertões nordestinos. Isto porque a política modernizante e autoritária do Estado Novo, aliada à facção fascista da igreja católica leia-se Liga Eleitoral Católica-LEC. Destruíram sistematicamente os movimentos populares de beatos e cangaceiros – filhos do século XIX: Caldeirão foi devastado em 1937, e um ano depois Lampião e seus sequazes foram assassinados pelo capitão João Bezerra, seguidos, meses depois, pela dizimação dos restos de beatos que viviam em Pau-de-Colher, na Bahia, pelo implacável caçador de beatos e cangaceiros Optato Guieros. Por volta de 1920, além das perseguições religiosas contra o Padre Cícero, a imprensa fazia uma feroz campanha contra Floro Bartolomeu. Este passou a ser acusado pelo deputado federal Moraes e Barros como o “deputado de bandidos e fanáticos”. Sob pressão, Floro Bartolomeu foi obrigado a agir, mandou prender o Beato José Lourenço, que nessa época morava no sítio Baixa D´anta. Solto, humilhado, com fama de “fanático”, José Lourenço em 1926, retirou-se com algumas famílias para o sítio Caldeirão dos jesuítas, terra pertencente ao padre Cícero. (No período da prisão, foi inventado que existia um boi na comunidade chamado de mansinho, essa é uma das maiores mentiras criadas na história da comunidade e reverberada de maneira irresponsável por alguns “entendedores” e difamadores da comunidade.)

Entretanto com a morte do Padre Cícero seguidores, anunciavam também tempestades que se avizinhavam. Em um artigo intitulado “Os fanáticos do Caldeirão”, publicada no jornal “O Povo” afirmavam entre outras coisas:” Dois malandros do Ceará, José Lourenço e Severino Tavares, andam explorando, no vale do Cariri, a memória do Padre Cícero”. Setores conservadores ligados à política regional, insuflados pelos proprietários de terras e do Clero, encarregaram-se de espalhar boatos sobre o beato José Lourenço e os habitantes do Caldeirão. Diziam que o beato oficiava sacramentos reservados Clero de forma bárbara e sacrílega, que vivia em concubinato com beatas, possuindo um harém de 16 mulheres, que explorava a ignorância e o fanatismo dos camponeses, usando sua força de trabalho para enriquecer. Nos sermões, os padres falavam do perigo do ajuntamento de fanáticos e da infiltração de agentes vermelhos a serviço do totalitarismo ateu.

O advogado dos Salesianos, Norões Milfont, deputado da LEC, não se limitou a espalhar boatos denegrindo a comunidade; para provar as denúncias e incriminar ainda mais o beato e seus seguidores, enviou um espião ao Caldeirão. A escolha feita por si só, revela as intenções subjacentes ao ato: decidiu-se enviar ao Caldeirão “um dos maiores bandidos-autoridade de que se teve no Ceará”, (expressão de Optado Gueiros). Era o capitão José Gonçalves Bezerra, sendo, na verdade um deles, só que escondido por trás de um uniforme militar. Depois da investigações realizadas pelo capitão, o interventor e governador do Estado, Menezes Pimentel, reuniu o advogado dos Salesianos Norões Milfont, o bispo do Crato Dom Francisco de Assis Pires, Andrade Furtado, Martins Rodrigues o chefe da polícia, capitão Cordeiro Neto, e o tenente José Góes de Campos Barros. Com exceção dos dois militares, todos os outros da Liga Eleitoral Católica. Era enfim, a união da igreja, do Estado e das elites políticas e latifundiários contra a comunidade igualitária do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto.

Para os bem intencionados, se propaga muito sobre a comunidade, mais pouco se faz na pratica, na verdade posso citar os poucos intencionados, mas poderia ser aqui injusto por lapso de memória, então prefiro como bisneto de Severino Tavares e pesquisador fazer um alerta sobre todo e qualquer movimento sobre a comunidade deveria ser feito com mais cuidado, pois a chama do Caldeirão ainda está muito acesa. Vários filhos netos, bisnetos de remanescentes dessa comunidade vivem no Cariri cearense, Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí e sabemos de maneira concreta o que ocorreu e sempre que nos reunimos entendemos que muito deve ser feito. O meu descrédito aos “sabedores e apoiadores com intenção duvidosa” fica a dica a comunidade pode ter sido destruída, mas a irmandade está firme e forte.

Por Sandro Leonel. Um kaririense inquieto

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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