Formações geológicas milenares, fósseis e indícios de antigas civilizações. Estas são as principais pistas procuradas por técnicos do Serviço Geológico do Brasil, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPMR) para referendar a futura criação do Geopark dos Monólitos, no Sertão Central. Os estudos ocorrem nas cidades de Quixadá e Quixeramobim. A equipe é responsável pela certificação preliminar à criação dos parques geológicos, no território nacional, com reconhecimento da Unesco, os chamados “geoparks”.
A pesquisa acena para o surgimento de um novo sítio desta natureza no Estado, abrangendo as duas cidades. O território proposto para o novo geoparque tem área de aproximadamente 5.300 Km². Nele, foram identificados diversos geossítios. São 1.504 Km² a mais que o Geopark Araripe, no Cariri, o único no Brasil com chancela da Unesco. Estendendo-se pela área de seis municípios cearenses: Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri, tem uma área de 3.796 km².
Conforme um dos responsáveis pelos estudos no Sertão Central, o geógrafo especialista em Geociências, Luis Carlos Freitas, “as atividades de campo começaram no início deste ano. Entretanto, os trabalhos vêm sendo desenvolvidos desde 2016”. Ele acrescenta que o prazo previsto para conclusão é dezembro deste ano. Já o resultado dos levantamentos da geodiversidade deste território será divulgado no início de 2020.
A ideia da criação de um novo Geopark surgiu, segundo o CPMR, durante levantamento anteriores como o projeto Geodiversidade do Estado do Ceará e dos mapeamentos geológicos básicos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil.
Embora o resultado conclusivo ainda não tenha sido divulgado, o secretário do Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, já avalia de forma positiva os estudos. “Indiscutivelmente, é mais um valioso tesouro natural descoberto no Ceará”, pontua.
Relevância
Para além da importância geológica, Pedro Carlos da Fonseca, coordenador do Fórum de Turismo do Ceará, destaca que a criação do Geopark dos Monólitos “também pode significar uma estratégia de desenvolvimento sustentável para a região”.
O assessor técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Murilo Cunha, disse que o órgão “está empenhado em consolidar a criação do Geopark” e destaca também a “importância dessa conquista para a região, pelos aspectos da preservação, conservação, sustentabilidade e também econômico”.
Já o assessor técnico do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Rogério Barbosa Soares, ressalta que a “implantação de Parques Geológicos para o desenvolvimento no Estado é uma política pública que inclui no turismo cearense o segmento do ecoturismo e o turismo de contemplação como produtos capazes de gerar emprego e renda na região”.
Por Alex Pimentel
Fonte: Diário do Nordeste