O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) acionou ontem o MPF (Ministério Público Federal) contra Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares. Na sexta-feira (11), Camargo disse que Moïse Kabagambe, congolês brutalmente assassinado no Rio de Janeiro, era “um vagabundo”.
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Freixo, em documento enviado ao MPF, afirmou que Moïse “não era vagabundo, indigno ou selvagem, muito menos andava ou negociava com pessoas que não prestam. Sérgio Camargo praticou uma verdadeira imputação de fatos desonrosos, além de aviltar a dignidade da pessoa morta”.
Na denúncia, o deputado argumentou que as falas de Camargo foram “levianas e criminosas”, pedindo, então, medidas cabíveis após a análise do caso.
Espancado até a morte
Moïse foi espancado a pauladas até a morte após cobrar do gerente pagamentos em atraso. O rapaz, que chegou ao Brasil em 2011 fugindo da violência na República Democrática do Congo, morreu no dia 24 de janeiro à noite no quiosque Tropicália, onde trabalhava por diárias.
Além da prisão dos três agressores, a Delegacia de Homicídios da Capital tenta identificar outras pessoas que passaram pela cena no crime.
A família do congolês, que o tinha como principal provedor, tem sido assistida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Foi oferecido à família o ponto do quiosque onde Moïse trabalhava e foi morto, mas hoje eles recusaram.
“A família desistiu por medo, principalmente, porque um dos donos disse que não sairia do local. Isso causou pânico na família e ela não quer ocupar aquele local por medo. Eles sabem de outros quiosques vazios, agradeceram à [concessionária] Orla Rio e [dizem] que aceitariam outro quiosque na orla”, disse Mondego, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil do RJ).
“Inclusive já se sabe que, na orla da zona sul, tem quiosques vazios, e lá eles não teriam conflito com ninguém. Lá eles poderiam trabalhar e conseguir o próprio sustento”, completou o advogado.
Fonte: UOL