A solenidade de entrega de 21 peças fósseis apreendidas em inquéritos da Polícia Federal foi realizada nessa terça-feira (8), na sede do Geopark Araripe, com representantes do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Geopark Araripe Secitece, Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Laboratório de Paleontologia, pesquisadores e reitoria da Universidade Regional do Cariri (Urca). Entre os materiais apreendidos e doados à Urca estão fósseis de uma preguiça gigante, pterossauro e peixes.
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Entre os materiais apreendidos se encontra um fóssil da megafauna, uma preguiça gigante, do período pleistoceno, que provavelmente foi achado no sopé da Chapada do Araripe, além de peças de pterossauros, peixes e plantas. Segundo Renan Bantim, doutor em paleontologia, esse achado representa uma oportunidade de desenvolver mais a pesquisa, com possíveis grandes descobertas, através de um material que antes estava parado.
A assinatura do termo de entrega dos fósseis, durante a cerimônia, contou com a presença do reitor da Urca, professor Francisco do O’ de Lima Júnior; o diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, professor Allysson Pinheiro; o delegado da Polícia Federal, Denis Colares de Araújo; o representante do Ministério Público Federal, Celso Leal; o diretor executivo do Geopark Araripe, Eduardo Guimarães, entre outros.
O diretor da PF destacou a importância de entregar à Universidade as peças, afirmando ser o lugar adequado para estudo desse material, que considerou da mais alta importância.
Somente no ano passado foram devolvidas, com repatriamento de grande parte dos fósseis, cerca de 500 peças à Urca e ao Museu de Paleontologia, vinculado à Universidade e sediado em Santana do Cariri. Ele ainda destacou a importância de capacitar os policiais para que possam entender melhor a importância desse patrimônio.
Professor Alysson Pinheiro destacou a importância do repasse do material do escritório do extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que ainda se encontra no prédio do Museu, em Crato. O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Celso Leal, se propôs a avaliar mais a questão relacionada à destinação desse material.
O ex-Secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, destacou a importância da recuperação de peças importantes do sítio paleontológico, e destacou a relevância da PF, MPF e da diplomacia brasileira em relação aos fósseis que estão em outros países e que pertencem ao Brasil.
Ele afirma que a Urca passa a ser guardiã, junto ao Museu, e é importante que a universidade se prepare mais para receber esse material, ampliando a discussão para a criação de um museu que abrigue a diversidade científica existente na região.
Para o diretor do Geopark Araripe, Eduardo Guimarães, poderia ser apenas uma peça para justificar toda a ação, o movimento. Ele destaca a importância do Geopark e todas as colaborações que são dadas e a capacidade que o projeto tem de formar capital intelectual. “Mais de mil bolsas ofertadas de ensino, pesquisa, e extensão, através do Geopark”, ressaltou, comentando a contribuição do Governo do Ceará, PF, Urca, do MPF, no atual cenário. “Diante desse impacto já existem instâncias nacionais e internacionais devolvendo os fósseis de nossa região”, avalia.
O reitor da Urca, professor Lima Júnior, lembrou que os fósseis não são apenas a Paleontologia em si, mas fazem parte da educação ambiental e da história natural. Ele ressaltou o importante trabalho desempenhado pelos pesquisadores, a equipe do Geopark, além da importância na devolução do material ao Museu de Paleontologia, como espaço de visibilidade e produção, e a instituição legítima para as pessoas que têm a ver com esse patrimônio.