LEED é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental utilizado em diversos países que através de padrões oficiais certifica as edificações que possuem alta performance energética e ambiental. O movimento dos edifícios sustentáveis começou a se expandir durante os anos 80, mas o primeiro sistema de certificação, o Método de Avaliação Ambiental do Estabelecimento de Pesquisa em Construção (BREEAM), foi estabelecido em 1990 no Reino Unido para avaliar a sustentabilidade dos novos edifícios comerciais. Já o programa Liderança em Energia e Design Ambiental (LEED – Leadership in Energy and Environmental Design) foi introduzido nos Estados Unidos em 1994 pelo Conselho de Construção Verde dos EUA (USGBC – U.S Green Building Council) e fornece aos construtores e outros profissionais uma estrutura específica para a construção ecológica. Diversos outros países também adotam programas de certificação para edifícios que queiram atestar a eficiência energética, de gerenciamento de resíduos, uso de água e uso de terra.
Estes programas de certificação verde são reavaliados periodicamente e atualizados de modo que seja possível a análise e reflexão das novas informações e medidas que devam ser adotadas considerando-se sempre a visão global do impacto ambiental. O Brasil também adota a certificação do sistema criado nos Estados Unidos (LEED), porém tem buscado trabalhar em uma certificação Green Building mais adaptada à realidade nacional. Nesta publicação serão abordados conceitos gerais e que claro, podem apresentar variantes de acordo com a realidade diferente que os países apresentam.
Embora não haja nenhum requisito de que um edifício deva ser certificado para que seja considerado verde, muitos investidores e futuros compradores encontram-se dispostos a ter o certificado (LEED) por agregar um nível de credibilidade superior em relação às construções que apenas seguem algumas das diretrizes com o intuito de atingir a melhor eficiência possível. É claro que o processo de certificação aumentará o custo do projeto, pois devem ser atingidos padrões específicos de design em conjunto com materiais e tecnologias específicas que são exigidos. É um processo detalhado que inclui documentações e inspeções. No Brasil existem empresas de consultoria com profissionais credenciados para auxiliar no processo e análise da viabilidade para a obtenção da certificação.
Em 1998, o (USGBC) lançou um programa de avaliação de edifícios para novas construções LEED-NC, com as classificações Platina, Ouro, Prata e Certificada com base no número de pontos e categorias que o prédio possa obter. Dependendo do nível de certificação que a edificação deseja alcançar, é possível obter pontos em categorias que incentivam desde a eficiência do uso da água (com a utilização de equipamentos que evitam desperdício e sistemas que promovem o reuso ou que permitem a captação da água da chuva); a eficiência energética (com práticas e sistemas que promovem a economia de energia); a seleção de materiais (minimizando o desperdício durante as etapas de construção bem como a utilização de materiais reciclados); também são analisadas a qualidade dos ambientes no interior das edificações (favorecimento à utilização de luz natural, à qualidade acústica e dos materiais como baixo nível de toxicidade incluindo tintas e móveis); incentivo para projetos estruturais inovadores que contribuem com a eficiência geral da edificação ou que incorporam métodos de conservação (como edificações que se encontram em áreas onde há escassez de água) e o desencorajamento da utilização de áreas ainda não exploradas a fim de preservar os ecossistemas e hidrovias. Todos esses requisitos estão enquadrados em categorias diferentes e os edifícios são pontuados em uma escala de 100 pontos e dependendo da pontuação, ele será certificado em um dos quatro níveis:
Certificado: 40-49
Prata: 50-59
Ouro: 60-79
Platina: 80+
Por meio do LEED, o USGBC fornece certificações para categorias envolvendo novas construções; construções já existentes e que queiram efetuar reformas para melhorar na operação, manutenção e função, implementando programas de reciclagem e outros sistemas que aumentam a eficiência energética; design de interiores concedendo pontos com base na funcionalidade do espaço e utilização de sistemas, que diminuem os índices e produção de carbono; desenvolvimento do bairro e da comunidade no qual classifica os projetos da vizinhança que incorporam o conceito dos edifícios verdes, buscando minimizar desperdícios e apresentam a consciência ambiental; e classifica unidades de saúde com base no projeto estrutural avaliando o alto desempenho das instalações e ambientes que devem conter um índice limitado de toxinas e produtos químicos; possui categorias também para residências unifamiliares e varejo; certificação para escolas abordando uma variedade de questões de saúde infantil, layout e a seleção do local com base na acústica interna do edifício e a prevenção de mofo; e a certificação do núcleo da construção ou carcaça (podendo assim dizer), no qual são avaliados por exemplo a fundação, estrutura e sistemas de climatização do edifício sem necessariamente ter a certificação do seu interior.
Os programas de certificação que muitos países adotam buscam transformar os métodos de construção e a sociedade direcionando todos à responsabilidade ambiental através de uma padronização de processos e medidas de modo a viabilizar a realização de projetos que reduzem os impactos negativos e preservam os ecossistemas.
Inspirado em: BONDANZA, Jackie / Green Building, 2011
Por Gabriela Gomes. Apaixonada pela Arquitetura e o Urbanismo. Acredita em uma arquitetura participativa como uma ferramenta capaz de provocar mudanças e promover a inclusão social. Por um Urbanismo sustentável e inteligente. Juazeirense, reside atualmente em San Jose, CA
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri