A empresa Pfizer deve solicitar, neste mês, uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicar a vacina contra a Covid-19 desenvolvida por ela em crianças de 5 a 11 anos. Caso a medida seja aprovada, o Ceará tem cerca de 904 mil pessoas nessa faixa etária aptas à imunização.
Curta e siga nossas redes sociais:
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso Whatsapp.
Sem Censo Demográfico atualizado, o dado é uma projeção da população para 2021 elaborado pela Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Confira o detalhamento abaixo:
• 5 anos – 131.087
• 6 anos – 131.309
• 7 anos – 127.068
• 8 anos – 126.783
• 9 anos – 128.307
• 10 anos – 129.471
• 11 anos – 130.599
• Total – 904.624
O levantamento do IBGE não detalha os números no nível municipal. Porém, com base em estimativas preliminares do Ministério da Saúde, só em Fortaleza, há 165 mil crianças de 5 a 9 anos de idade. Na plataforma de dados, aquelas com 10 ou 11 anos estão agregadas com outras de 12 a 14 anos, não sendo possível dividir o número.
Atualmente, a Pfizer tem autorização da Anvisa para ser aplicada em adolescentes com 12 anos ou mais, concedida em junho deste ano. É o único imunizante disponível para menores de idade.
Processo de autorização
Na sexta-feira passada (29), a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, autorizou a aplicação da vacina Pfizer/BioNTech para crianças de 5 a 11 anos. A decisão foi tomada três dias após integrantes do Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados do órgão darem parecer favorável à autorização do uso emergencial do imunizando nessa faixa etária.
A avaliação leva em conta testes clínicos divulgados pela Pfizer, com 2.268 participantes, mostrando que a vacina é 90,7% eficaz na prevenção de infecções nesse público.
No Brasil, segundo a Anvisa, a inclusão de uma nova faixa etária na vacinação deve ser feita pelo laboratório responsável pelo imunizante, que “precisa conduzir estudos demonstrando a relação de segurança e eficácia para determinada faixa etária”. Os estudos podem ser feitos no Brasil ou em outros países.
O biomédico e virologista Mário Oliveira avalia que a imunização de crianças é uma importante estratégia no combate às novas variantes do coronavírus.
“Sabemos que a maior parte das crianças, comparadas a outras faixas etárias, não produz a doença, passam assintomáticas, mas ainda assim podem transmitir para adultos e idosos, que não terão a mesma proteção. Quanto mais gente vacinada, menores as chances das variantes”, observa.
Sujeitas à infecção
Ao longo de toda a pandemia, o Ceará registrou 40,4 mil casos de Covid-19 em crianças de 5 a 14 anos, de acordo com a plataforma IntegraSUS. Embora a maioria dos casos seja assintomática, alguns podem sofrer complicações. No mesmo período, 29 crianças dessa faixa etária vieram a óbito.
A distribuição dos indicadores também revela a maior gravidade da segunda onda: em 2021, foram 26.391 infecções diagnosticadas (65% do total) e 18 mortes (62%).
Além dos riscos da Covid, as crianças também estão sujeitas à Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à doença. Os sintomas incluem febre alta e persistente, diarreia e dor abdominal, erupções cutâneas em todo o corpo, irritação das membranas mucosas, edema de mãos e pés e dor de cabeça.
Por Nícolas Paulino
Fonte: Diário do Nordeste