Anúncio
Hospedagem de sites ilimitada superdomínios
Revista Cariri
  • Início
  • Últimas
  • Regionais
    • Crato
    • Barbalha
    • Juazeiro do Norte
    • Cariri
  • Segurança
  • Brasil
  • Política
    • Análises
  • Saúde
  • Classe A Rádio Hits
  • Rádio Forró das Antigas
  • Contato

Sem Resultado
Ver resultados
  • Início
  • Últimas
  • Regionais
    • Crato
    • Barbalha
    • Juazeiro do Norte
    • Cariri
  • Segurança
  • Brasil
  • Política
    • Análises
  • Saúde
  • Classe A Rádio Hits
  • Rádio Forró das Antigas
  • Contato
Sem Resultado
Ver resultados
Revista Cariri
Sem Resultado
Ver resultados
PUBLICIDADE

Um anjo – Por Francinaldo Dias

Colunista escreve semanalmente neste espaço​, sempre às segundas-feiras

2 de setembro de 2019
Um anjo – Por Francinaldo Dias

(Foto: Shutterstock)

PUBLICIDADE

Quando Pequeno apareceu naquela família, fez-se o anúncio de um tempo novo. Tratava-se de uma providência divina? Em verdade, o clima na família não era dos melhores, o casal vivia num embate conflituoso. Inclusive já haviam se separado por alguns meses. O que deixava o casal de filhos adolescentes perdido. A mãe, mulher jovem, pouco mais de quarenta anos, o pai, um senhor de quase setenta, ambos em um segundo relacionamento, em comum, duas vidas que buscavam uma segunda chance. Mas havia uma incompatibilidade pela diferença de idade.

O pequeno era sobrinho dela. Filho de um irmão que arribara para as terras do sul. A mãe, paraense que não suportando a vida de privações e dificuldades, abandonara o marido à própria sorte com o pequeno recém-nascido, e voltara à casa dos pais levando dois outros filhos mais velhos, respectivamente 4 e 6 anos. Justo? Cada um ache segundo o seu julgamento e caráter.

O pai deixara o pequeno, primeiro com a avó, numa cidadezinha do interior do estado que não me recordo o nome. A julgar pelo nome pouco conhecido, dá pra imaginar a cidade? Notícias quase nenhuma chegava de lá. Até que certa manhã, aparece ela, a avó, com uma criança franzina no colo. – Seu irmão pediu para você cuidar do garoto enquanto ele arranja meios em São Paulo. Havia tristeza na voz daquela mulher. Das duas uma, mentira ou remorso?

Ismael Silva Arcanjo, era o nome de pia, magrinho, olhos amendoados, cabelos espetados, numa aparência de indígena. Dois anos apenas, mas falava pelos cotovelos, como dizem. Demonstrava na fala mais idade do que tinha, inclusive dava para se meter nas conversas dos adultos. E não demorou muito para saber o nome de todas as pessoas da ruinha, as quais o chamavam de Pequeno.

O primeiro ano passou rápido e o pai de Pequeno ausentava de dar notícias. As poucas que chegavam, vinham desencontradas e inseguras. E pequeno sempre perguntando: – Meu pai vem me buscar quando? – Cadê meu pai? – meu pai já chegou? A estas perguntas seguiam respostas que acalentavam até o próximo dia. E assim passou-se o primeiro ano de pequeno em nossas vidas. Pequeno completara 3 anos. Fizeram uma festa bonita e as pessoas da ruinha foram prestigiar o garoto. A meninada brincava solta, lugar seguro onde carros não entravam porque não havia saída. Pequeno mostrava todos os presentes que ganhara. E dizia que estava muito feliz. Seria sua primeira festa de aniversário?

Um dia o pai de pequeno apareceu. Não parecia que tivera arranjado meios por onde andava. Não demonstrou muito interesse pelo filho, viera a mando do peso da consciência, e apenas avisou que não poderia ficar com o menino. Como trabalharia com uma criança? Deixou um dinheiro que trazia em carteira e entregou à sua irmã. No outro dia cedinho, praticamente não se despediu e foi embora, assim como um cigano que não para em lugar nenhum. Coube à tia de Pequeno explicar ao menino que o pai precisara viajar a trabalho, mas logo voltaria. Surpreendeu a todos, a reação do garoto quando dissera que já sabia.

A partir daquele dia, como alguém que toma uma decisão, Pequeno passou a chamar à tia de mãe e a seu esposo de pai. O ambiente naquela casa passou a ser de paz. As brigas eram coisas do passado e os laços entre eles se fortificavam a cada dia. Era preciso. Por que?

Pequeno agora contava com quase 4 anos e os últimos meses tinham sido de harmonia naquela casa. O garoto era a alegria não apenas da casa, mas também de toda a ruinha. E não havia quem não simpatizasse com sua falinha engraçada e suas observações perspicazes. Todos já comentavam que no início do ano vindouro Pequeno iria estudar. Essa notícia o alegrou grandemente.

Era início de dezembro quando numa madrugada a ruinha despertou com o desespero da agora mãe de Pequeno. A mulher aos prantos pedia socorro aos vizinhos, enquanto o esposo o carregava nos braços. Chamaram um carro de um vizinho e o levaram apressadamente ao hospital mais próximo. Pequeno sentira dores fortes no abdômen e desmaiou dessas dores. Lá, feitos os exames iniciais, o médico diagnosticou problemas nos rins do garoto. Ficou alguns dias no hospital e de volta para casa, quinze dias depois, novamente a dor o acomete, novo desespero. Novos exames, dessa vez a suspeita de que o garoto contraíra calazar. Tratamento iniciado, aparentemente controlado.

Passou-se um trimestre nessa situação, as dores vinham, levava ao hospital, novos exames, nova suspeita, novo tratamento. A barriga de Pequeno aumentara consideravelmente e o seu semblante já era de um doente crônico. Até que um médico sugeriu exames detalhados e a partir do resultado, iniciara a grande saga de Pequeno e sua mãe.

Pequeno fora acometido por um câncer, que se iniciara nos rins e se espalhara por todos os órgãos do garoto. Mas não de imediato, tratado os rins, os médicos animados criam na cura, meses depois o fígado, quimioterapia, pseudo cura, depois no pulmão, cabeça, até que Pequeno cegou. E não suportando mais tanto sofrimento, Pequeno encantou-se numa tardinha ganhando definitivamente suas asas de anjo, não sem antes deixar no coração de cada morador o exemplo de luta e espalhar o amor entre aquelas pessoas. Pequeno era um anjo que visitara aquela ruinha para nos dar uma bela lição de amor.

Por Francinaldo Dias. Professor, cronista, contador de “causos” e poeta

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

Revista Cariri Recomenda

Os perigos silenciosos de uma noite mal dormida – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Os perigos silenciosos de uma noite mal dormida – Por Mirta Lourenço

6 de dezembro de 2025
Três questões anuladas, uma confiança destruída – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Três questões anuladas, uma confiança destruída – Por Mirta Lourenço

22 de novembro de 2025
Agricultores de estrelas – Por Alexandre Lucas
Colunistas

Agricultores de estrelas – Por Alexandre Lucas

20 de novembro de 2025
Ceará é o 2º estado do Nordeste com mais inscrições confirmadas no Enem 2025
Colunistas

Segundo dia do Enem: Presença, Foco e Futuro – Por Mirta Lourenço

15 de novembro de 2025
Próximos
Se eleição fosse hoje, Haddad venceria Bolsonaro, mostra Datafolha

Se eleição fosse hoje, Haddad venceria Bolsonaro, mostra Datafolha

IFCE Juazeiro do Norte recebe inscrições para contratação de intérprete de libras

IFCE Juazeiro do Norte recebe inscrições para contratação de intérprete de libras

Índice de reprovação do governo Bolsonaro bate recorde, aponta Datafolha

Índice de reprovação do governo Bolsonaro bate recorde, aponta Datafolha

Mais Lidas

  • Cresce o número de idosos que vivem sozinhos no Ceará e já representam 41% dos lares unipessoais

    Acréscimo de 25% pode aumentar aposentadoria do INSS; saiba como solicitar

  • Elmano anuncia pagamento da segunda parcela do 13º e antecipação da folha de dezembro

  • Carro desgovernado atropela duas mulheres e invade casas em Várzea Alegre

  • Datafolha aponta vantagem de Lula sobre Flávio Bolsonaro e Tarcísio em cenários para 2026

  • Seleção Brasileira conhece tabela da fase de grupos da Copa de 2026

© Revista Cariri - Desenvolvido por Clik Design.

Sem Resultado
Ver resultados

© Revista Cariri - Desenvolvido por Clik Design.

Controle sua privacidade
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}
WhatsApp chat